A adolescente apreendida em Água Boa por envolvimento na morte de uma família no Rio de Janeiro, será transferida para o Centro de Atendimento Socioeducativo Feminino (Case Feminino), em Cuiabá – o antigo Pomeri. A garota é acusada de ter incentivado o namorado, de 14 anos, a cometer os crimes.

Em seu depoimento à polícia, a jovem confessou ter acompanhado em tempo real, através de mensagens e áudios, enquanto o namorado atirava e matava seu pai, Antônio Carlos Teixeira, sua mãe, Inaila Teixeira, e o irmão de apenas 3 anos. O crime, ocorrido em 21 de junho, teria sido motivado pela desaprovação da família do garoto ao relacionamento dos dois. A apreensão da garota foi na segunda-feira (30).

Os menores se conheceram em jogos online e mantinham um namoro virtual há 6 anos. As investigações revelaram que a adolescente desempenhou um papel ativo no planejamento dos assassinatos, incentivando seu namorado para executar o crime. Conversas recuperadas do notebook da garota mostram, inclusive, que ela o instruía a forma de atirar.

O delegado Matheus Soares destacou a natureza perturbadora dos diálogos encontrados. "As conversas que identificamos entre eles são conversas que assustam qualquer pessoa. A frieza com que eles conversavam sobre a morte dos pais daquele jovem, sobre como eles iriam desfazer daqueles corpos chama a atenção e assusta até mesmo os policiais mais experientes", ressaltou Soares.

De acordo com o delegado, as investigações indicam que a intenção da dupla ia além do triplo homicídio no Rio de Janeiro. Os diálogos revelaram que, se o jovem conseguisse vir para Mato Grosso, como planejado, eles pretendiam também matar os pais dela.

Além disso, após o crime no Rio, os dois menores discutiram diversas formas de ocultar os corpos das vítimas, incluindo a ideia macabra de esquartejá-los e usá-los como alimento para porcos.