A senadora Margareth Buzetti (PSD) entrou de vez no campo de batalha política e assinou nesta terça-feira (5) o pedido de impeachment contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Em vídeo publicado nas redes sociais, ela não poupou palavras: disse que sua paciência “chegou ao limite” e que “ninguém está acima da lei”.
A assinatura foi colada logo após a decisão polêmica do ministro, que determinou a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), acusado de descumprir medidas cautelares impostas anteriormente pelo próprio Moraes. Segundo o STF, Bolsonaro teria participado, ainda que remotamente, de manifestações públicas no domingo (3), o que configuraria tentativa de influenciar processos judiciais em curso.
“Vou assinar agora o impeachment do ministro Alexandre de Moraes. Paciência tem limite. Ninguém está acima da lei, nem mesmo um ministro do Supremo”, declarou a senadora.
Com isso, Buzetti passa a integrar o grupo de parlamentares que defendem abertamente limites à atuação do Judiciário, especialmente no que diz respeito a decisões monocráticas com impactos políticos diretos.
Entre os três senadores de Mato Grosso, agora só Jayme Campos (União Brasil) permanece calado. Wellington Fagundes (PL) já havia declarado apoio à iniciativa. Buzetti, que ocupa temporariamente a vaga de Carlos Fávaro (PSD), ministro da Agricultura, reforça o contraste dentro do próprio partido.
Hoje, 34 senadores já se posicionaram a favor do impeachment, segundo levantamento do site Votos Senadores. Mas o número ainda está longe dos 54 necessários para aprovar o processo, que depende também da disposição do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), em colocá-lo em pauta. Até agora, ele tem engavetado qualquer tentativa.
A adesão de Buzetti dá mais combustível a uma pauta que vinha ganhando força desde a prisão de Bolsonaro. Mas o cenário ainda é de incerteza, tanto pela articulação política nos bastidores quanto pela possibilidade de Buzetti deixar o cargo caso Fávaro retorne ao Senado nos próximos meses.
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