Delegado acusado de ser torturador em Colniza já protagonizou outros casos de abuso de autoridade

Delegado acusado de ser torturador em Colniza já protagonizou outros casos de abuso de autoridade delegado
Redação   Após audiência de custódia realizada nesta terça-feira (16) foi mantida a prisão preventiva do delegado Edison Ricardo Pick e dos investigadores Ricardo Sanches e Woshigton Kester Vieira. Os três policiais foram presos nas primeiras horas da manhã de hoje, em Colniiza (1.065 km a noroeste de Cuiabá) onde estavam lotados e são acusados de tortura, entre outros abusos e arbitrariedades. Os mandados foram cumpridos pela Operação Cruciato deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco).   O delegado Ricardo Pick está há pouco tempo na Polícia Judiciária Civil (PJC) e ainda não concluiu na carreira o estágio probatório que é de três anos, mas já acumula um histórico conturbado na profissão.     O juiz substituto Ricardo Frazon Menegucci, durante a audiência custódia,  manteve a prisão do delegado e dos investigadores e determinou a imediata transferência do trio para o Centro de Custódia da Capital (CCC), em Cuiabá.  O magistrado também acatou pedido do Ministério Público Estadual para retirada do sigilo dos autos.   Os fatos que culminaram com a detenção dos policiais são decorrentes de denúncia feita pelo preso Marcelo Wypychovosky  que relatou ter sido vítima de agressões, o que foi confirmado por sua companheira que na época também foi presa.    “Como se vê, dessume-se dos elementos de convicão coligidos aos autos a prova de materialidade delitiva e os indícios de autoria de três crimes de tortura. Enfatize-se que a representação ministerial não está apenas fundamentada em declarações dos ofendidos e seus respectivos familiares, instruindo o parquet (Ministério Público) o pedido, também com oitivas de servidores públicos, perícias médicas e fotografias”, consta na decisão.    O juiz ressalta que a manutenção da prisão do delegado e dos investigadors é necessária para garantia da ordem pública e evitar a reiteração delitiva uma vez que aparentemente não se trata de um fato isolado.    “Com efeito, a prática de tortura deu-se, em tese, em três oportunidades, inclusive conforme o Ministério Público, repetindo-se o modus operandi em duas das ocasiões - uso de sacola para asfixiar o ofendido”.   O magistrado afirma ainda que a prisão preventiva dos policiais visa garantir a integridade física das vítimas e seus familiares. Afinal segundo os depoimentos destes, haveriam represálias acaso as supostas torturas viessem à tona”, consta na decisão na qual o juiz enfatiza que os depoimentos das vítimas permitem concluir que em liberdade o delegado e os investigadores podem interferir na prova a ser produzida, por meio de ameaças e uso de influência decorrente do cargo.   MAIS ABUSOS   Um outro caso polêmico protagonizado pelo deegao ocorreu em agosto deste ano. É referente à  ordem  de  prisão dada por ele a um médico em Colniza que se recusou a fazer um exame de necropsia por falta de materiais e insumos. A prisão foi classificada como "absurda" e o delegado acusado de abuso de autoridade.    Ministério Público   Ao pedir a prisão dos policiais, o Ministério Público sustentou que eles “praticam sistematicamente tortura contra pessoas alvo de diligências policiais. Nos autos, o MPE descreve suspotos atentados contra 3 vítimas e destaca que na época dos fatos uma dera era adolescente. Conforme o Ministério Público, os fatos ocorreram em 31 de janeiro e também nos dias 7 e 8 de maio deste ano   Significado   O nome da operação é em referência ao feitiço Cruciatus, da saga Harry Potter, de J.K. Rowling. Nos livros, o cruciatus é um dos três feitiços tido como imperdoáveis no mundo bruxo, ferramenta utilizada pelo antagonista Lord Voldemort durante o tempo em que controlou o mundo bruxo para obter informações de seus inimigos, os deixando loucos após negar suas súplicas de piedade e morte.