O presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, Max Russi (PSB), rebateu nesta quarta-feira (10) a proposta do prefeito de Cuiabá, Abílio Brunini (PL), de substituir o sistema Bus Rapid Transit (BRT) pelo Autonomous Rail Transit (ART). Para o parlamentar, a prioridade deve ser concluir a obra em andamento, que já substituiu o Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT), mas segue inconclusa após mais de uma década.

Russi afirmou que desconhece detalhes do ART, mas reforçou que a população não pode arcar com mais um ciclo de indefinições e gastos bilionários. “Quero que conclua o que já está aí. Se tiver que buscar novos recursos, vamos repetir a mesma história. São mais de 13 anos de obra. A população já sofreu demais”, disse.

O deputado também voltou a criticar a condução do BRT pelas empresas responsáveis, cobrando da Secretaria de Estado de Infraestrutura (Sinfra) a aplicação de penalidades pelos atrasos. Para ele, a falta de capacidade técnica de algumas construtoras tem agravado o problema. “Temos empresas boas, mas também empresas sem condições que assumiram esse projeto e não estão entregando”, afirmou.

Russi ainda ressaltou que o bilhão investido no modal poderia ter sido destinado a áreas prioritárias, como saúde e habitação. “Gastamos um bilhão no BRT. Esse dinheiro poderia ter sido aplicado em hospitais ou na construção de casas populares. O trânsito é algo que afeta a todos. Quem tem uma Ferrari não gosta de passar em buracos, e quem anda de ônibus não quer acordar mais cedo para chegar mais tarde em casa”, completou.

A fala de Russi soma-se a uma série de críticas sobre o futuro da mobilidade urbana em Cuiabá. Enquanto a prefeitura defende o debate sobre o ART, parlamentares e setores da sociedade cobram a entrega do BRT, que já representa um dos maiores impasses de obras públicas da história de Mato Grosso.