A vereadora Maysa Leão (Republicanos) criticou o prefeito Abilio Brunini (PL) após o fechamento temporário do Restaurante Popular de Cuiabá, localizado no centro da cidade. O local amanheceu com as portas fechadas nesta segunda-feira (13), depois que a empresa responsável pela gestão do serviço suspendeu as atividades alegando falta de pagamento por parte da Prefeitura.
Na semana passada, a empresa já havia colocado um aviso na entrada alertando sobre a possível paralisação dos serviços. Segundo o comunicado, o motivo seria o atraso no repasse de valores referentes a 2024, que comprometeu a continuidade do atendimento à população de baixa renda.
Abilio minimizou a situação e disse que o restaurante não ficará fechado. O prefeito afirmou que, se a atual prestadora não tiver condições financeiras de continuar, será substituída. “Acontece que ela tem muita dívida para receber de 2024 e a empresa não está bem. Mas, se ela não conseguir se estabilizar, nós vamos substituí-la. O restaurante não vai parar nenhum dia”, disse o gestor no domingo (12).
A fala gerou reação imediata no Legislativo. Maysa Leão afirmou que, se a dívida existe, o município é obrigado a pagar, independentemente de quando foi contraída. “Se ele está declarando que a dívida é da gestão passada, a dívida é dele. Ele assumiu a prefeitura. Não existe gestão passada, existe Cuiabá”, afirmou a vereadora.
Ela ainda criticou a postura de Abilio ao cogitar a troca da empresa, sem antes quitar os valores devidos. “Eu fico muito preocupada com essa declaração de ‘não vou pagar o passado’ e ‘vou substituir por uma empresa nova’. Dívidas públicas não desaparecem quando muda o prefeito. Se há irregularidades, que sejam denunciadas, mas as obrigações com os serviços essenciais precisam ser honradas.”
O Restaurante Popular serve refeições a preços simbólicos para trabalhadores e pessoas em situação de vulnerabilidade social. O fechamento do local afetou centenas de usuários que dependem do espaço diariamente para se alimentar.
A polêmica reacendeu o debate sobre a responsabilidade fiscal e a continuidade dos contratos públicos em gestões municipais. Enquanto a Prefeitura promete resolver o impasse “sem interrupção no serviço”, a Câmara Municipal deve discutir o tema nas próximas sessões, a pedido da própria Maysa Leão.
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