A VEZ DA INTERNET: Campanha de Bolsonaro se lixou para marketing "sofisticado" na TV e Rádio e comunicou através das redes sociais

A VEZ DA INTERNET: Campanha de Bolsonaro se lixou para marketing INTERNET MÓVEL
Mário Marques de AlmeidaEleito democraticamente pelo voto popular em eleições livres e diretas, Jair Bolsonaro já chegou a defender, em sua trajetória política, o fechamento do Congresso Nacional e a instalação de um governo ditatorial. O que, se tivesse ocorrido naquela ocasião, talvez hoje ele não estaria comemorando a façanha de ter se elegido presidente da República! Mas, de acordo com o seu atual discurso, esses arroubos de autoritarismo podem ser considerados “águas passadas...”, levando em conta que ele promete governar com a Constituição ao seu lado e o respeito às instituições democráticas e harmonia entre os poderes.Goste-se ou não de Bolsonaro, tenha votado nele ou não (eu, por exemplo não votei), há que se acreditar em sua confissão de fé no sistema democrático (o qual, por sinal,  garantiu que ele fosse eleito) e torcer para que faça um bom governo. Enfm, o seu sucesso político e administrativo, doravante, é também o sucesso da nação que ele governará a partir de 1º de janeiro próximo.   O verdadeiro patriotismo é torcer para que ele use o mandato acima das divergências políticas e ideológicas que, aliás, ao contrário de dividir e separar as pessoas pelo viés partidário, fazem parte do cotidiano e normalidade institucional das grandes democracias vigentes em países desenvolvidos.   No Brasil não pode ser diferente! Além disso, a campanha eleitoral está encerrada, sem falar que a alternância nas formas de gerenciamento do poder, quando ocorre por vias legais, a exemplo de agora, fortalece a democracia e permite comparações que amadurecem os votos em futuras jornadas eleitorais, tornando os sufrágios nas urnas mais racionais e menos possuídos por ranços e paixões dos lados envolvidos nas disputas.Nesse contexto, deixando para trás eventuais deslizes anti-democráticos patrocinados no passado pelo recém-eleito presidente - até porque esses episódios pertencem já à história política brasileira - cabe, de nossa parte, ressaltar a trajetória do obstinado capitão da reserva do Exército que traçou como meta chegar à Presidência da República, o que realiza neste domingo (28) com cerca de 55% dos votos válidos dos eleitores brasileiros, derrotando no segundo tuno o seu oponente, Fernando Haddad, do PT, e iniciando assim uma nova página na política do Brasil nas últimas três décadas, até então marcada por disputas presidenciais regidas pela polarização entre PSDB e PT. NOVAS FERRAMENTAS DE COMUNICAÇÃO Ele chega ao poder inovando na campanha, onde, ao se ver obrigado a recorrer às redes sociais, driblando a falta de tempo no horário eleitoral, acabou por quebrar paradígmas sobre a influência antes decisiva nas eleições (mas que se mostrou não ser agora) dos meios de comunicação tradicionais – leia-se:  TVs, rádios e mídia impressa (jornais e revistas).Parodiando ditado popular e fazendo  analogia aos escassos segundos naTV e rádio,  Bolsonaro conseguiu fazer de “um limão uma limonada" em matéria de propaganda, disseminando através das redes sociais suas propostas para milhões e milhões de brasileiros cansados de corrupção e ansiosos por um governante que coloque mão forte nas questões relativas à segurança pública.  Uma demanda do povo tão ou mais forte que a saúde, emprego e habitação.Encontrou terreno fértil para crescer política eleitoralmente e fez nas “lives” pela internet a sua principal ferramenta de comunicação com seus seguidores. Suplantou o PT, não só em votos, mas tambem na utilização de meios alternativos de difusão em massa.FIM DO MARKETING TRADICIONAL?A partir destas eleições, além do esgotamento da hegemonia do ciclo dos grandes partidos no país, principalmente no que tange a pleitos majoritários, os politicos, marqueteiros, publicitários e assessoriais de campanhas devem se atentar para a onda  que, lá atrás, já havia sido o principal instrumento de divulgação que serviu de plaforma da campanha que levou Obama à Presidência dos Estados Unidos e cerca de 10 anos depois, neste 2018, chegou com força total no Brasil.   Esse é o principal recado emergido das urnas!