Marcelo Borges
Um jovem de 21 anos, conhecido como “Ganso”, foi preso no Paraná acusado de liderar uma rede criminosa envolvida em clonagem de veículos, fraudes bancárias e golpes digitais. A prisão ocorreu em uma boate, onde ele tentava usar cartões de crédito clonados para comprar bebidas e reservar camarotes.
Autodidata em tecnologia, Ganso aprendeu sozinho a desenvolver sistemas e robôs usados em fraudes que vinham sendo investigadas pela Polícia Civil de Mato Grosso desde 2023. A terceira fase da Operação Código Seguro, deflagrada nesta terça-feira (21), revelou que o grupo movimentou cerca de R$ 6 milhões em dois anos, atuando em diversos estados e usando estratégias de alta complexidade para burlar sistemas e lavar dinheiro.
As investigações apontaram que o esquema começou com acessos indevidos ao sistema da própria Polícia Civil, usando logins de servidores para consultar números de chassi de veículos. As informações eram utilizadas para clonar carros e “esquentar” automóveis roubados. Em seguida, a quadrilha passou a testar sequências de cartões de crédito e códigos de segurança com robôs automatizados. Os cartões válidos eram revendidos a outros golpistas, que faziam compras e saques fraudulentos.
O dinheiro era lavado com ajuda da mãe e da namorada de Ganso, por meio de criptomoedas e apostas online. As apurações também revelaram fraudes em aplicativos de transporte e recarga de celular, como Uber, 99 e RecargaPay, além do comércio ilegal de dados pessoais.
Nesta nova fase, foram cumpridas 48 ordens judiciais em nove estados: São Paulo, Paraná, Ceará, Maranhão, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Bahia, Amazonas e Minas Gerais. A ação resultou em sete prisões, 15 mandados de busca e apreensão e o bloqueio de R$ 5,9 milhões em contas e criptocarteiras.
O delegado Guilherme Fachinelli, que coordena as investigações, destacou que a operação comprova a capacidade técnica da Polícia Civil de Mato Grosso em desmantelar redes criminosas virtuais de grande porte. Segundo ele, a equipe mapeou a estrutura do grupo e adotou novas medidas de segurança para impedir novos ataques a sistemas públicos.
Com a prisão de Ganso, a Polícia acredita ter desarticulado o núcleo principal do esquema, mas segue investigando outros envolvidos que atuavam na parte financeira e tecnológica das fraudes.
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