Malai Manso Resort | Reprodução
A Justiça Militar de Mato Grosso condenou a tenente-coronel Yara Corrêa dos Santos, do Corpo de Bombeiros Militar (CBMMT), a cinco anos e sete meses de prisão em regime semiaberto por receber propina para beneficiar o Malai Manso Resort S.A., empreendimento que tem entre os sócios o ex-governador Blairo Maggi (PP). A decisão foi proferida no último dia 5 de novembro pela 11ª Vara Criminal Especializada da Justiça Militar, sob comando do juiz Moacir Rogério Tortato.
Segundo a sentença, Yara utilizou o cargo de analista de Projetos de Segurança Contra Incêndio e Pânico para favorecer empresas privadas na análise e aprovação de projetos técnicos. As investigações apontaram que os pagamentos eram feitos por meio da empresa Simplifica Design e Projetos, de propriedade de Fernanda Gianelli Rocha, responsável por intermediar o repasse de valores à oficial.
Os autos revelam que parte do dinheiro era transferida à tenente-coronel de forma indireta, com o uso de interpostas pessoas, entre elas a ex-esposa da ré, Natallyn Austine Alves Martins, e a própria Fernanda Gianelli. Documentos bancários, extratos e depoimentos comprovaram os recebimentos indevidos.
O Conselho de Justiça Militar, de forma unânime, reconheceu a materialidade e autoria dos crimes previstos nos artigos 308, §1º, e 332, caput, do Código Penal Militar, aplicando as penas em concurso material, conforme os artigos 79 e 80 do mesmo código. Além da pena de prisão, a oficial foi excluída definitivamente do Corpo de Bombeiros Militar, por incompatibilidade de conduta com os princípios éticos e morais da instituição.
A decisão reforça o entendimento de que a corrupção dentro das forças de segurança será punida com rigor, especialmente quando envolve o uso do cargo público para obtenção de vantagens pessoais. O caso ganhou repercussão por envolver o nome do resort ligado à família Maggi, um dos empreendimentos mais luxuosos do estado.
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