MINISTRA DE BOLSONARO: Nome de Tereza Cristina para Ministério da Agricultura repercute bem em MT; Famato parabeniza indicação

 MINISTRA DE BOLSONARO: Nome de Tereza Cristina para Ministério da Agricultura repercute bem em MT; Famato parabeniza indicação ESPLANADA
Mário Marques de Almeida   Repercussão   Em Mato Grosso esta sendo bem recebida a indicação da deputada federal eleita pelo Dem do Mato Grosso do Sul, Tereza Cristina, para substituir Blairo Maggi, no novo governo, à frente da pasta da Agricultura, Pecuária e  Abastecimento. Em nota, por exemplo, a Famato elogiou a nova ministra.  "É produtora rural, tem liderança no setor e preside a FPA (Frente Parlamentar da Agropecuária). Consideramos a indicação muito positiva. Tem o total apoio do Sistema Famato".  A Famato representa os sindicatos rurais de Mato Grosso.   Está com pinta de mais um paradígma político: manter o Ministério da Agricultura sob controle de políticos de uma mesma região, no caso o Centro-Oeste, por sinal, a área que mais produz no Brasil no setor agropecuário. Além do atual, Blairo Maggi, pelo comando da pasta já passou Neri Gueller, deputado federal recém-eleito por Mato Grosso, e a sequência regional continua agora com a indicação para o cargo da deputada federal Tereza Cristina, que tem suas bases no vizinho Mato Grosso do Sul. Sua ida para dirigir o órgão, sem demérito para suas qualificações profissionais e políticas, pode ter sido influenciada pelas cobranças que ja se faziam, no próprio grupo bolsonarista, para a nomeação de uma mulher no ministério de Jair Bolsonaro que já vinha sendo classificado, pela oposição, de "machista". Com Tereza Cristina, esse discurso pode ser esvaziado.   Está batido o martelo: a deputada federal Tereza Cristina (Dem), do Mato Grosso do Sul, integrante do setor político ruralista, engenheira-agrônoma de formação, foi anunciada como nova ministra da Agricultura. A indicação do seu nome, alem de significar uma espécie do que pode vir a ser um paradígma: o de manter o comando do setor agropecuário em mãos de políticos da região Centro-Oeste,  põe fim também às especulações de que o atual titular da pasta, senador licenciado Blairo Maggi (PP), em fim de mandato parlamentar, poderia continuar à frente da Agricultura no novo governo chefiado por Jair Bolsonaro.O nome de Maggi entrou no radar da equipe bolsonarista e chegou a ser bastante citado em avaliações e conjecturas no meio empresarial ligado ao agronegócio, repercutindo na midia nacional e com destaque maior na de Mato Grosso. Via de regra, as especulações mencionavam o fato de Blairo ter conquistado hoje trânsito fácil no mercado internacional, comprador em alta escala de produtos”in-natura”, semi-industrializados ou industrializados orginados da agropecuária. Mesmo fora do controle dreto da pasta, a partir de 1º de janeiro próximo, ele deverá manter influência relevante nas políticas que serão implementadas pelo órgão. Isto, em função de ser ministro bem-suceddido no desempenho do cargo e ter ampliado seus contatos e articulações no mercado externo. Sem falar que como um dos principais donos da Amaggi (uma das grandes empresas brasileiras exportadoras do segmento), Blairo Maggi, na condição de empresário, se impõe em um mercado restrito dominado por grandes “trades”, a maioria delas estrangeiras, enquanto a sua empresa é brasileira, com sede em Mato Grosso.Com esses predicados, Tereza Cistina, por certo, vai precisar de contar com a  experiência de Blairo Maggi nessa área superavitária da economia brasileira.Em um ponto a futura ministra e o atual já estão com discursos afinados: ele e ela são contra o Ministério da Agricultura e Pecuária absorver as funções do Ministério do Meio-Ambiente e do Ibama – o que representará um baque nas duras conquistas mercadológicas que Brasil vem fazendo para garantir a continuidade e expandir suas vendas de grãos e carnes no mercado internacional.Ainda sobre esse assunto, leia matéria da Agência Estado, cuja íntegra segue abaixo:Espero corresponder à expectativa do setor, diz nova ministra da AgriculturaPrimeira mulher confirmada para comandar uma pasta no governo Jair Bolsonaro (PSL), a deputada federal Tereza Cristina (DEM-MS), escolhida para o Ministério da Agricultura, disse na noite desta quarta-feira, 7, esperar "corresponder" à expectativa do setor produtivo. Afirmou ainda que é preciso ter cuidado com o que fala "porque o mercado é sensível". A nova ministra deve se reunir com o presidente eleito, pela primeira vez após o anúncio de seu nome, na manhã desta quinta-feira, 8, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em Brasília. "O governo e a transição estão muito abertos ao diálogo. Temos de ter cuidado com o que vamos falar porque o mercado é sensível. Qualquer fala fora do tom pode prejudicar a abertura de mercado. Temos até 31 de dezembro para apresentar à sociedade o que é a cara do governo Bolsonaro", afirmou Tereza Cristina ao deixar o prédio onde mora, na Asa Norte, o mesmo edifício em que o presidente eleito também ocupa um apartamento funcional. Apesar disso, ela afirmou que ainda não conversou com Bolsonaro. "Tive vontade de visitá-lo, mas vou cumprir a liturgia porque ele é presidente eleito." Indicada pela Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) e pelo Instituto Pensar Agro, Tereza Cristina, de 64 anos, disse que ficou "honrada e feliz" com a indicação. "Espero corresponder ao que o setor produtivo espera de mim. Sou agrônoma e a vida toda trabalhei com o setor. Temos desafios grandes pela frente. Que Deus me proteja." Ao ser questionada sobre o que pretende fazer no ministério, completou: "Prefiro sentar lá com eles para ver o que querem de mim e dar minhas opiniões. Temos muitos mercados a conquistar. Tudo indica que neste ano teremos uma grande safra novamente. Precisamos de crédito, estradas, infraestrutura". Tereza Cristina disse ainda que a possibilidade de fusão dos Ministérios da Agricultura e do Meio Ambiente, agora descartada pela equipe de Bolsonaro, causou "mal-estar". "Hoje existem muitas barreiras comerciais, que são protecionistas lá fora. Esse é um assunto que causou mal-estar. Para que fazer a fusão se a gente teria mais ônus do que bônus? Mas tenho certeza que ele dará sua cara ao Ministério do Meio Ambiente", afirmou ela. A deputada defende, porém, que a Agricultura fique com programas ligados a agricultura familiar, pesca e com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), atualmente atrelados a outros ministérios. (Com Agência Estado)