reprodução
A vice-prefeita de Cuiabá, Vânia Rosa (Novo), afirmou nesta sexta-feira (19) que vive um processo de esvaziamento político dentro da administração municipal e classificou sua relação com o prefeito Abilio Brunini (PL) como frustrante. Em entrevista, a coronel da reserva da Polícia Militar disse ser vítima de violência política de gênero e denunciou isolamento deliberado na gestão.
Segundo Vânia, após a vitória eleitoral, o espaço prometido à vice-prefeitura não se concretizou na prática. Para ela, a exclusão de decisões e a redução de atribuições configuram uma forma de agressão institucional contra mulheres que ocupam cargos eletivos.
A vice-prefeita afirmou que esperava uma postura diferente do prefeito após a eleição, especialmente pelo papel que exerceu na composição da chapa. De acordo com Vânia, sua trajetória como mulher católica, militar e referência no enfrentamento à violência doméstica foi decisiva para equilibrar o projeto político apresentado ao eleitorado.
Ainda conforme a vice-prefeita, o discurso adotado durante a campanha não se refletiu na condução da gestão. Ela relatou que passou a ter sua atuação limitada de forma intencional e que essa prática se enquadra no conceito de violência política de gênero, termo utilizado para caracterizar o cerceamento de mandatos femininos.
Vânia também afirmou estar ciente de que suas declarações podem gerar retaliações internas e tentativas de desgaste de sua imagem pública. Segundo ela, há um esforço contínuo para desconstruir o perfil que foi apresentado durante o período eleitoral.
Ao encerrar a entrevista, a vice-prefeita reafirmou que não pretende recuar e disse que sua atuação no combate à violência contra a mulher permanece intacta, apesar das pressões enfrentadas dentro da administração municipal.
Copyright © Todos os direitos reservados


