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Prisão de Neri Gueller é "tsunami" sobre o agronegócio de MT, que tem nele um dos expoentes; Maggi não comenta caso
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09/11/2018 - 09:52
O ex-ministro da Agricultura e deputado federal recém-eleito por Mato Grosso, Neri Guller, preso pela Polícia Federal na manhã desta quinta-feira (9), é um dos principais expoentes do agronegócio na política estadual e nacional, com seu peso político no setor da agropecuária ficando apenas abaixo do ministro da Agricultura, o senador licenciado Blairo Maggi (PP).
Por falar em Maggi, ele optou ficar em silêncio sem manifestar opinião ou fazer qualquer comentário a respeito da prisão de Neri. Tampouco a pasta que o senador dirige emitiu nota sobre a questão. Para o MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastcimento) é como nada tivesse acontecido.
Tendo como alvo altos funcionários do Ministério da Agricultura, políticos. advogados e empresários a PF desenvolveu operação em MT e mais 4 Estados e DF.
RedaçãoA Receita Federal informou nesta sexta-feira, 9, que a Operação Capitu, deflagrada pela manhã em conjunto com a Polícia Federal, tem por objetivo combater uma suposta fraude envolvendo doações irregulares por parte de empresa de processamento de proteína animal para diversos políticos e partidos. De acordo com a Receita, duas grandes redes varejistas do Estado de Minas Gerais, por meio de seus controladores e diretores, participaram diretamente do esquema. "Suspeita-se que esta rede, devido ao grande movimento de dinheiro em espécie, utilizou-se deste fluxo para dar ar de licitude a valores doados a partidos e políticos, no período de agosto de 2014 a fevereiro de 2015", diz a nota divulgada pela Receita. Entre os alvos dessa operação estão o empresários Joesley Batista e o vice-governador de Minas Gerais, Antônio Andrade, presos pela manhã. A Receita esclareceu que, pelo esquema, o dinheiro era repassado pelas redes varejistas aos partidos e políticos por meio da simulação de recebimento de duplicatas pela grande empresa de processamento de proteína animal e pela transferência financeira a seis escritórios de advocacia por serviços, supostamente não realizados, acobertados por contratos simulados e notas fiscais dos escritórios. As investigações chegaram ainda a um esquema de pagamento de vantagens indevidas a altos dirigentes do Ministério da Agricultura por parte da grande empresa do ramo alimentício, com a produção de legislação e atos normativos que beneficiavam a empresa. Além do efetivo de 310 policiais federais que participam da operação nos Estados de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso, Paraíba e no Distrito Federal, a Receita informou que mais de 100 auditores fiscais e analistas tributários estão também envolvidos na operação. Os representantes das instituições que participam da operação darão entrevista coletiva às 10h, na sede da Delegacia da Polícia Federal, em Belo Horizonte. Defesas O advogado de Joesley Batista, André Callegari, disse que causa estranheza a decretação de prisão temporária de um colaborador da justiça decretada justamente pelo TRF-1 onde a liberdade do empresário acaba de ser confirmada num recurso do Ministério Público. "Joesley segue colaborando com a justiça em inúmeros inquéritos policiais onde os delegados têm reconhecido isso nos termos de depoimento. A defesa tem certeza que a liberdade será restabelecida e irá tomar todas as medidas para apurar o que houve nesse pedido de prisão que não era necessário", disse o advogado.
Neri Gueller está entre os presos A “Operação Capitu” teve um efeito de furação em Mato Grosso onde, além de buscas e apreensões efetuou a prisão do ex-ministro da Agricultura e deputado federal eleito, Neri Gueller, na manhã desta sexta-feira.
Gueller é um dos principais expoentes do agronegócio na politica estadual e nacional, com seu peso politico no setor da agropecuária ficando apenas abaixo do ministro da Agricultura. o senador licenciado Blairo Maggi (PP). Também foi preso pela Polícia Federal, outra figura importante do staff dirigente da Agricultura: trata-se de Rodrigo Figueiredo. Ele ocupou o cargo de secretário de Defesa Agropecuária, órgão ligado à pasta.Figueiredo é ligado ao PP,e já foi secretário-executivo do Ministério das Cidades e chegou a assumir a pasta por algumas vezes.Em seu currículo consta ter representado os interesses da prefeitura de Cuiabá em Brasília. Cargo que Figueiredo ocupou quando o governador eleito Mauro Mendes (DEM) era prefeito da Capital mato-grossense.Foram expedidas 19 ordens de prisão. Uma delas, contra o ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (MDB-RJ), que já se encontrava detido.
OUTROS ALVOS:Antonio Andrade, vice-governador de Minas e ministro da Agricultura de março a dezembro de 2014Joesley Batista, dono da JBSRicardo Saud, executivo da JBSDemilton de Castro, executivo da JBSJoão Magalhães, deputado estadual pelo MDB de MGNeri Geller, deputado federal eleito pelo PP de MT e ministro da Agricultura de março a deZembro de 2014
Rodrigo Figueiredo, ex-secretário de Defesa AgropecuáriaMateus de Moura Lima Gomes, advogadoMauro Luiz de Moura Araújo, advogadoIldeu da Cunha Pereira, advogado O espaço está aberto para a manifestação de outras pessoas envolvidas na investigação.
(Com Agência Estado)