Confisco de R$ 500 milhões é o maior desmonte patrimonial na história da PF de quadrilha de tráfico de drogas
Confisco de R$ 500 milhões é o maior desmonte patrimonial na história da PF de quadrilha de tráfico de drogas
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23/11/2018 - 09:24
RedaçãoA operação “Sem saída” deflagrada ontem, em Mato Grosso e no Paraná faz parte do bojo de uma atuação policial mais ampla e que em sua quarta fase está sendo considerada a maior da historia da PF com efeitos práticos no desmonte patrimonial de organização criminosa com atuação no tráfico internacional de drogas e lavagem de dinheiro.A operação é uma sequência da “Spectrum” , que no passado culminou coma prisão, em Sorriso (397 Km ao Norte de Cuiabá), em 1º de julho do ano passado, do megatraficante internacional Luiz Carlos da Rocha, conhecido como “Cabeça Branca”. Nesta quarta-feira (22), três pessoas foram presas em Mato Grosso. Entre elas, o ex-prefeito de Brasnorte (580 quilômetros, ao noroeste de Cuiabá), Eudes Tarciso de Aguiar, detido preventivamente.Em sua quarta fase ostensiva, a “Spectrum” arrecadou ou confiscou no total aproximadamente R$ 500 milhões em patrimônio da organização criminosa comandada por “Cabeça Branca” até o momento e somente em solo brasileiro. Conforme a PF, dentre os bens sequestrados estão 16 fazendas que somadas representam uma área de aproximadamente 40 mil hectares no Estado. Somente nesta operação “Sem saída”, o patrimônio arrecadado é da ordem de R$ 100 milhões, considerando que somente em fazenda são mais de 11 mil hectares.A PF destaca ainda a cooperação policial internacional mantida com a Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai (Senad), cujos números são apontados como extremamente expressivos, pois resultaram no encerramento de 41 empresas, apreensão de 42 mil cabeças de gado e o sequestro de 31 fazendas em solo paraguaio.A ação policial contou com aproximadamente 100 policiais federais, que cumpriram 18 ordens judiciais em Curitiba (PR) e em Brasnorte, Tapurah, Juara, Nova Maringá e Cuiabá. Destes, foram dois mandados de prisão preventiva, dois mandados de prisão temporária e 14 mandados de busca e apreensão com o objetivo de reunir elementos probatórios da prática dos crimes de lavagem de dinheiro, contra o sistema financeiro nacional, organização criminosa, associação para o tráfico internacional de drogas, dentre outros delitos.A PF explicou que a denominação “Sem saída” é uma alusão ao fato de que todos aqueles que participaram da organização criminosa ou de alguma forma se associaram a Luiz Carlos da Rocha serão identificados e responsabilizados, pois todas as informações levantadas no curso das investigações estão sendo minuciosamente analisadas, não deixando saída para tais suspeitos.O ex-prefeito foi conduzido ainda ontem para a sede da PF na capital. Nos próximos dias, ele e demais presos deverão ser levados para Curitiba (PR), onde corre o inquérito e onde permanecerão à disposição da Justiça.ARMAS E RINHA – Na operação “Sem saída”, a Polícia Federal apreendeu armas, munições, carregadores e diversos apetrechos que eram usados na prática de rinha de galo, em uma das residências, em Cuiabá. Segundo as informações, o imóvel pertence ao ex-prefeito de Brasnorte, Eudes Tarciso de Aguiar.Dono de uma madeireira, ex-prefeito deve responder por organização criminosa e lavagem de dinheiro. Conforme a polícia, sua madeireira tinha atividade lícita, mas teria sido usada na lavagem de dinheiro do megatraficante “Cabeça Branca”.