MPF pede reprovação das contas de Nelson Barbudo, deputado federal do PSL

RedaçãoO Ministério Público Federal (MPF) pediu a reprovação das contas do deputado federal eleito por Mato Grosso, Nelson Barbudo (PSL), por suposta omissão de receita com publicidade, material de campanha, atividade de militância e veículos utilizados durante o período eleitoral.Pecuarista e bacharel em Direito, ele foi o candidato eleito à vaga na Câmara Federal com maior número de votos no Estado.O pedido de reprovação, do último dia 5, é assinado pelo procurador regional eleitoral Pedro Melo Pouchain Ribeiro.No documento, Pouchain Ribeiro informou que a Coordenadoria de Controle Interno e Auditoria do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) elaborou parecer das contas de Nelson Barbudo e verificou diversas inconsistências.Entre elas, a desproporcionalidade entre despesas de campanha com materiais gráficos (santinhos, adesivos e bandeiras) e o quantitativo de colaboradores – contratados ou voluntários – para a distribuição adequada do material.“Precisamente, foram confeccionados 3.351.000 santinhos, 17.980 adesivos e 60 bandeiras, enquanto foram contratadas apenas 17 pessoas para a campanha, acrescida de outras 06 pessoas que doaram seus serviços (incluídos os serviços de contabilidade e jurídico da campanha)”, diz trecho do documento.“Como bem pontuado pela equipe técnica se considerando a improvável hipótese de que todas as 23 pessoas a serviço da campanha tinham a finalidade de distribuição dos materiais confeccionados, num cenário reduzido de 60 dias de campanha, em média aritmética simples, isso reflete um quantitativo médio de 2.428 santinhos distribuídos ao dia, por cada um dos 23 colaboradores”, diz outro trecho do documento.Conforme o procurador, ainda que se leve em consideração a justificativa dada pelo deputado federal eleito de que 1 milhão de santinhos não foram utilizados, ainda assim, haveria uma improvável média, por pessoa, de 1.703 santinhos distribuídos ao dia.Da mesma forma, não justifica que houve a realização de gastos no importe R$ 7,2 mil com o pagamento das transportadoras para remessa do material impresso a cidades do interior do Estado, uma vez que ele não fez qualquer alusão a quem recebeu ou distribuiu os materiais transportados, limitando-se a informar que utilizou como metodologia de campanha a distribuição de material através de pessoas voluntárias que solicitaram através das mídias sociais.“A teor do art. 464 , da Resolução TSE nº 23.553/2017, todos os colaboradores deveriam ter sido registrados como prestadores de serviços na prestação de contas, mesmo os voluntários, restando nítida e confessa a omissão de receitas estimáveis em dinheiro do candidato, quanto à doação de serviços de militância e mobilização de rua”, diz outro trecho do documento.Conforme o procurador, a equipe técnica do TRE ainda identificou na prestação de contas eleitoral da Direção Estadual do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) de Mato Grosso, o registro da realização de despesa de prestação de serviços de produção, edição e finalização de vídeos em favor de Nelson Barbudo, no valor de R$ 2,1 mil, emitida em 14 de setembro, pela empresa Monkey Filmes Eireli.O deputado, porém, segundo o MPF, não informou esse valor na sua prestação de contas.