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FRAUDES NA SEMA: Baby deixa cadeia, pede exoneração do cargo de secretário do Meio Ambiente e diz que vai provar sua inocência
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20/12/2018 - 06:25
sema
RedaçãoO secretário de Estado de Meio Ambiente, André Luis Torres Baby, que havia sido preso na noite de terça (18), por suspeita de crime ambiental, tão logo foi liberado da cadeia, encaminhou ofício ao governador Pedro Taques (PSDB), pedindo exoneração do cargo.A ordem de soltura do secretário partiu do desembargador Orlando Perri, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJ), concedida, no início da tarde de ontem, quarta-feira (19).Baby teve mandado de prisão cumprido em seu gabinete na Sema, que fica no Centro Político Administrativo (CPA). Diante da dispoisção de Baby de colaborar com as investigações em curso da Operação Polygonum, que visa desvendar uma série de denúncias sobre a concessão de benefícios irregulares no âmbito da Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema), o desembargador Orlando Perri substituiu a prisão por medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica. Perri também determinou suspensão temporária das funções públicas de Baby, não apenas do cargo de Secretário de Estado do Meio Ambiente, mas, também, de qualquer função pública, sem prejuízo de sua remuneração. André Baby também está proibido de manter contato, por qualquer meio ou interposta pessoa, com os demais denunciados e com as testemunhas indicadas na inicial acusatória ou ouvidas em inquéritos policiais instaurados em decorrência da operação Polygonum, bem como as eventualmente arroladas durante a instrução processual.Ontem, desde as primeiras horas do dia, Baby prestou depoimento ao Ministério Público de Mato Grosso (MP/MT) e afirmou ser inocente das acusações de fraudes no Cadastro Ambiental Rural (CAR), mantido pelo órgão ambiental.“Eu me declaro inocente. Eu não participei em qualquer organização criminosa, ou qualquer coisa do tipo. Toda minha carreira foi pautada em decisões técnicas e legais. Eu, inclusive, faço Mestrado neste momento. Não tenho ligação ou pretexto adquirindo situações ou benefícios para mim ou para outrem”, afirmou ontem pela manhã o secretário ao sair da Polinter.Baby já atuou como secretário-adjunto de Licenciamento Ambiental na Sema. No entanto, afirma que isso não o faz um dos suspeitos do caso de fraudes no CAR. “Eu fui secretário de licenciamento, justamente o que não se refere ao Cadastro Ambiental Rural. Eu estou indo ao Ministério Público agora, pois sou inocente e vou provar isso”, disse.HISTÓRICOA “Polygonum” já está em sua quarta fase e resultou na prisão de pelo menos 20 pessoas. As investigações são feitas pela Delegacia Especializada do Meio Ambiente (Dema) e o Ministério Público com apoio do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e a Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec).O primeiro preso na operação, em agosto deste ano, foi o então superintendente de Regularização e Monitoramento Ambiental da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), João Dias, que voltou a ser preso na segunda fase da Polygonum, em setembro passado. Após, liberado.Outras cinco pessoas também já tinham sido presas no último dia 12, por envolvimento no mesmo esquema, inclusive, João Dias, os ex-assessores técnicos Alan Richard Falcão Dias, Hiago Silva de Queluz e Bruno César Caldas e ainda o ex-analista da secretaria, Guilherme Augusto.Servidor de carreira e engenheiro florestal, André Baby completou nesta quarta-feira exato um ano no cargo. Ele foi nomeado pelo governador Pedro Taques para o lugar do então vice-governador Carlos Fávaro. Ainda na Sema, foram apreendidos dezenas de documentos e processos, além do espelhamento da base de dados do órgão ambiental. O material está sendo analisado por uma equipe da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) e por analistas ambientais do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).Pedido de exoneraçãoEm carta ao governador, Baby disse que vai deixar o cargo para provar sua inocência. “Ele sai para mostrar não ser o autor de fatos criminosos e para evitar constrangimentos ao fim do Governo e por ser essa a conduta esperada de um homem público”, afirmou seu advogado Antônio Horário Silva Neto.