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Jayme não “peita” Pedro Taques, mas se o governador entender de não disputar a reeleição ele topa ir para o “sacrifício”
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01/02/2018 - 18:50
CAMPOS49
Por Mário Marques de AlmeidaNo atual grau elevado de fervura por que passa as movimentações dos principais líderes da política mato-grossense, como raras vezes vista antes em tempos de sucessão estadual, um dos cenários traçados é o que prevê - mas ainda se desenrolando de forma “discreta” – a substituição da candidatura à reeleição do atual governador Pedro Taques (PSDB) pela do seu aliado Jayme Campos.
Bem explicado: essa mudança, embora não possa ser descartada, não se caracterizaria como uma ruptura e nem seria vista como “traição” no grupo situacionista que comanda o Estado, isto porque, se vier a ocorrer será de maneira consensual entre as lideranças, com a iniciativa sendo puxada pelo próprio Taques, caso ele avalie que terá dificuldades para se reeleger. Em suma, apenas se ficar configurada a hipótese do nome do atual chefe do Executivo encontrar “resistências” difíceis de serem superadas na caminhada em busca de votos. “Fominha”“Jayme não está ‘fominha’ pelo governo e jamais ‘peitaria’ Pedro Taques, mas se o governador entender que o projeto da sua reeleição corre riscos, se for convocado por Taques, ele (Jayme) assumiria a candidatura majoritária” ao comando do Palácio Paiaguás. A afirmação, feita ao jornalista que assina a matéria, é de um dos caciques da velha guarda da política, que já exerceu vários mandatos de destaque, e confidenciou essa que, se não é mais uma das articulações em curso no tabuleiro da disputa de 2018, pelo menos se constitui em uma possibilidade que se está desenhando nesse emaranhado. Traduzindo: O cacique do Dem não estaria correndo atrás, mas se “o cavalo passar arriado”, ele pula em cima, ou seja, disposto a ir para o “sacrifício”, conforme “11 entre dez” políticos gostam de dizer quando vão para uma disputa pelo poder de mais envergadura, situações em que, obviamente, por conveniências políticas e eleitorais, é preciso manter as aparências de que não se está ambicionando o posto. Aliás, agir desse modo, digamos assim, mais desprendido, é uma questão tática importante em qualquer estratégia de conquista ou manutenção do poder. Jayme Campos, marido da prefeita Lucimar Campos, de Várzea Grande, vem sendo tratado por Taques, tanto política como administrativamente, como um dos aliados preferenciais e ao qual, sempre que se refere a ele, o governador faz questão de frisar que se trata de um “companheiro leal”. Outros também já receberam o mesmo tratamento de Taques e, ultimamente, sinalizaram que estão pulando – se já não pularam – fora do barco da reeleição do governador. Nesse sentido, um dos casos mais evidentes é o do ex-prefeito de Cuiabá, Mauro Mendes (sem partido), aliado de primeira hora de Taques e, eis que recentemente, concedeu entrevista onde afirmou com todas as letras que não tem nenhum compromisso para apoiar o governador em 2018.A ênfase dada por Mauro nessa entrevista e que causou “reboliço”, incluiu por parte do ex-prefeito a referência, onde deixou transparecer tom de despedida e afastamento, que ele está no “zero a zero” com o governador. Numa alusão ao fato que Taques o apoiou em sua candidatura a prefeito de Cuiabá e ele retribuiu apoiando a eleição do governador. Para bom entendedor, Mauro Mendes mandou seu recado!Não é o caso de Jayme, que, por falar nisso, pouco tem falado, ao menos em público, sobre a sucessão estadual e, aparentemente, demonstra estar firme no apoio ao projeto reeleitoral do tucano. Embora transite com facilidade junto a todas as forças que fazem oposição ao Governo do Estado, com excessão das consideradas de esquerda, a exemplo do PT e outros grupos de menor expressão eleitoral.Nesse contexto, o apoio de Campos e do partido que ele preside, o Dem, é relevante para o projeto de Pedro Taques. Principalmente quando se leva em conta que Jayme foi um dos principais pilares na equação política que elegeu o tucano ao Governo do Estado em 2014 e continua tendo uma atuação destacada no conjunto de forças, agora já com dissenções visíveis, que respalda política e eleitoralmente o governador.