PARADIGMA POLÍTICO: “Líder de assentados” comanda a capital do agronegócios de MT, impõe equilíbrio fiscal, toca mais de 100 obras e paga funcionários e fornecedores em dia

Por Mário Marques de Almeida   Com sua trajetória política estrutrada na defesa de trabalhadores rurais sem-terra ou assentados, o prefeito de Rondonópolis (210 KM ao Sul de Cuiabá), que comanda aquela cidade pela segunda vez e já ocupou outros sete mandatos de vereador e deputado estadual (o que perfaz mais de 30 anos de vida pública em cargos eletivos), José Carlos do Pátio (SD) é o que se pode chamar de “paradigma político” em pessoa.  Ele comanda a primeira economia do Estado lastreada no agronegócios, cujo município tanto em exportações quanto em importações ficou no topo do ranking em Mato Grosso, superando Cuiabá, Várzea Grande e as demais cidades-polos do Estado, segundo estimativa divulgada pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Mdic), referente ao período de janeiro a novembro de 2018. Rondonópolis, ao mesmo tempo que comemora esse resultado da sua pujança econômica derivada de sua privilegiada posição geográfica, vista como estratégica por estar no encontro de duas grandes rodovias federais (Brs-364 e 163), um terminal ferroviário considerado entre os maiores do mundo e se situar no centro de uma região altamente produtora de grãos, carnes e algodão, o município desfruta hoje de uma gestão marcada pela austeridade no sentido de manter o equilíbrio fiscal – um resultado que se destaca em âmbito regional diante de um cenário de desarranjo nas finanças da maioria dos Estados brasileiros e seus municípios. Ao contrário da penúria de salários e fornecedores em atraso que permeia Mato Grosso, Rondonópolis fecha o ano com seus servidores municipais tendo já recebido o mês de dezembro e o 13º salário, e os fornecedores também em dia.Um feito que pode parecer surpreendente, tendo em vista o preconceito que ainda ronda sobre o fato de que o autor dessa façanha de colocar as finanças municipais em ordem seja um prefeito oriundo das lutas dos trabalhadores por um espaço de terra para produzir no campo o sustento de suas famílias ou um lote para edificar seu teto na área urbana e que ainda mantém forte sintonia com suas bases políticas e eleitorais. Assim é Zé do Pátio!Formado em engenharia civil e matemática, na realidade, acima dos predicados profissionais e diplomas de cursos superiores, a grande habilidade de Zé do Pátio é a “engenharia política” -  a arte de construir consensos e buscar apoios em outros setores à sua direita, fazendo isso sem perder os que ele já possuia à esquerda. Esse dom ele vem aprimorando desde que fez sua opção  pela defesa dos segmentos menos favorecidos da sociedade e passou a enfrentar oposição feroz de grupos mais conservadores que até então detinham o poder em Rondonópolis.Esse “jogo de cintura”, digamos assim, de Zé Carlos do Pátio fez com que ele, ao longo de nove mandatos, saísse do imobilismo causado por posturas radicais e intransigentes, mantendo, porém, firme a linha de centro-esquerda e, a partir daí, viesse ampliando o leque de alianças polítícas e partidárias. Fato que culminou, agora, na montagem de seu secretariado e preenchimento dos demais escalões agregando uma composição política ampla e diversificada. Essa “engenharia” de Pátio na sua versão ideológica abriga, além do partido do chefe do Executivo, o Solidariedade, várias outras legendas, entre as quais - pasmem! -até o PSL de Jair Bolsonaro foi contemplado!Acusado de “centralizador” e, realmentte, o título lhe faz jus, Zé do Pátio compartilhou a gestão política e administrativa com forças heterôgeneas, mas não abre mão do controle financeiro, que ele faz com rigidez, dos gastos públicos, acompanhando pessoalmente com “lupa” cada peça orçamentária, investimentos e despesas da máquina municipal.Talvez, em função dessa vigilância permanente sobre o que entra e sai dos cofres públicos é que possibilitou que a prefeitura rondonopolitana pudesse realizar, neste final de 2018 um  leque de mais de 100 obras públicas, distribuídas em várias frentes e que contemplam áreas importantes de infraestrutura e ubanismo, além de estar trabalhando projetos estruturantes fundamentais no apoio administrativo e acompanhamento da realização de obras.CADASTRO E MODERNIDADEUm desses projetos é o que cuida da regularização e novos métodos de  gerenciamento do cadastro imobiliário, que se encontra desatualizado, o que pode dificultar, em futuro breve, um planejamento mais eficaz de novas obras e a cobrança de uma tributação mais justa sobre os imóveis.   Esse levantamento está sendo feito em parceria pela equipe de técnicos da prefeitura e com suporte de uma empresa especializada nesse tipo de serviço técnico que trará para a prancheta dos gestores toda a realidade urbana de uma cidade que cresce acima da média e, se não tiver esse mecanismo de fiscalização e controle poderá sofrer, ao contrário de um crescimento urbano planejado, o chamado “favelamento” desordenado, que costuma ocorrer em cidades de porte médio e que não mantém esse tipo de cadastro atualizado.Essa meta de dotar a administração municipal de instrumentos técnicos eficientes para o seu gerenciamento, agora e no futuro, aponta que a gestão não se preocupa apenas com obras físicas, mas trabalha naquelas frentes internas e que não são vistas pela maioria da população, mas que redundam, na ponta, em benefícios para toda a sociedade. CAPITAL DIGITALOutra iniciativa pouco visível, mas de grandes efeitos práticos que Zé do Pátio vem estruturando e que se encontra ainda em fase de planejamento é a que visa dotar Rondonópolis de uma infovia própria. O objetivo é assegurar o acesso gratuito à internet de banda larga à população, principalmente aos estudantes que necessitam dessa ferramenta para fazer pesquisas e ampliar seus estudos e conhecimento.   Trata-se de um projeto ambicioso, capaz de transformar Rondonópolis na “Capitgal Digital de Mato Grosso”, pelo tamanho e abrangência das redes de fibras óticas que estão sendo projetadas para cobrir toda a malha urbana, interligando cerca de 200 pontos de acesso e conexão, localizados em escolas, centros de sáude, praças e demais dependências da municipalidade. O diferencial nesse projeto é que os serviços de internet não serão alugados de um provedor particular, conforme geralmente acontece, mas será de propriedade do município – o que garante agilidade na assistência técnica e manutenção, por não depender de terceiros, e maior segurança no fluxo das informações, além de que o fato de não ser locado representa economia de custos a médio e longo prazos.CANTEIRO DE REALIZAÇÕESA cidade, a par com a modernização de seus procedimentos administrativos internos e maior rigor no controle financeiro, passa por jum período virtuoso de obras e serviços – realizações que se estendem, por exemplo, de redes coletoras de esgotamento sanitário e estações de tratamento, ampliação do seviço de captação e distribuição de água potável e cuja meta é dotar, até o final da atual administração, a área urbana do município com 100% dessas benfeitorias, consideradas essenciais para melhorar os indicadores de qualidade de vida.Enumerar todas as obras e serviços já executados ou em fase de execução pela administração de Zé do Pátio, exigiria bem mais que o espaço desta matéria. Mas, nesse imenso legado, pode se destacar reformas, ampliação e construção de novas escolas, creches e centros comunitários; expansão da rede pública de saúde e o “zeramento” das filas de espera por cirurgias, inclusive de complexidade médica; urbanização, construção de parques, habitação popular, e muitas obras de pavimentação e sinalização viária – o que levou à reconstrução de todo o antigo e defasado asfalto da área central e cujos trabalhos se estendem aos bairros, inclusive os mais distantes.   Com esseS feitos, o “pátio” e o horizonte de José Carlos vão se alongando por Mato Grosso afora, e seu modelo de governança, mesclando firmeza no comando das questões financeiras e descentralização política e administrativa, abrindo espaços a novos aliados, começa a chamar a atenção de vários segmentos, dentro e fora de Rondonópolis.