RedaçãoCriticas ao setor do agronegócio e referências a problemas não solucionados por Pedro Taques (PSDB) na gestão que se encerrou foram destacados na solenidade de posse do governador Mauro Mendes (Dem), na tarde desta terça-feira (1º de janeiro), na Assembleia Legislativa. Chamou a atenção dos observadores políticos o destaque que presidente da Mesa Diretora do Poder Legislativo, deputado Eduardo Botelho (Dem), reeleito para um novo mandato, fez sobre os “barões” do agronegócio, que não contribuem com tributos para os cofres públicos.Outro aspecto também marcante foi a referência que o novo governador Mauro Mendes fez, em seu discurso de posse, ao que ele considera problemas que está recebendo do seu antecessor, Pedro Taques.Já o presidente da Assembleia Legislativa, Eduardo Botelho destacou que o Estado, embora venha crescendo economicamente, cria "poucos barões e muitas desigualdade social". "Este (o combate às desigualdades) será o grande desafio do seu governo, Mauro Mendes", alertou.O presidente da Mesa Diretora da AL conclamou ainda o apoio de outros Poderes e da sociedade no sentido de ajudarem Mauro Mendes a imprimir um “novo ciclo de desenvolvimento”. Ele disse que Mato Grosso “se tornou rico e próspero”, mas que acumulou muitos problemas com os serviços do Estado, que enfrentam deficiências.“É verdade também, governador, que este eldorado ainda não chegou a todos os mato-grossenses, aumentando a concentração de riqueza nas mãos de poucos barões, enquanto a imensa maioria da população vive na pobreza. Talvez esteja aí o seu, o nosso, maior desafio: fazer um estado que seja bom para todos que aqui vivem, que aqui trabalham”, disse a Mauro. O discurso de Botelho está em sintonia com defesa que ele faz da taxação do agronegócio. Uma tese polêmica no Estado e que enfrenta forte resistência de setores políticos ligados ou simpáticos ao agronegócios, além de empresários, em especial os grande produtores do agronegócio mato-grossense.Eduardo também sugeriu a Mauro Mendes “aumentar a arrecadação, diminuir as despesas, prevenir, planejar, executar e fiscalizar” como exemplo de elevar o padrão da política no combate à corrupção e desperdício. “Este é um momento de grandes expectativas, mas também de grandes esperanças”, afirmou ao finalizar o seu discurso. Mauro MendesJá em seu primeiro discurso como governador, Mauro Mendes não poupou críticas a Pedro Taques.“Todos aqui presentes conhecem a dura realidade do Estado, não precisaria eu aqui traduzir os números de um governo que termina nesse momento e que foi para todos nós uma grande incógnita e ao final uma grande interrogação do papel que ele poderia ter cumprido”, alfinetou Mendes. “Teremos que fazer o necessário para recuperar a capacidade do Estado brasileiro e acima de tudo do Estado de Mato Grosso cumprir o seu papel perante o cidadão”, conclamou Mauro. Em sua fala, elencando os problemas que estava herdando, Mauro citou a situação dos servidores com salários atrasados, fornecedores sem receber pelos serviços, falta de repasses constitucionais às prefeituras e o colapso nos hospitais regionais. “Esses são apenas alguns dos números e forma clara de perceber que algo muito errado está acontecendo no nosso Estado”, atestou o novo governador. Para buscar resolver os impasses que tem pela frente, Mauro pediu o apoio dos Poderes. “Todas as áreas apresentaram cenários que exigem um desafio muito grande, preciso apoio do Ministério Público e do Tribunal de Contas. Precisamos reestabelecer a confiança”, destacou.
