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O LÁ E CÁ DO AGRONEGÓCIO: Presidente da Aprosoja elogia ministra da Agricultura de Bolsonaro; já em MT ele é contra taxação de impostos do setor
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03/01/2019 - 09:21
RedaçãoA direção da Aprosoja em MT, entidade nascida em Rondonópolis e que hoje atua nacionalmente, com presença em 17 Estados do país e possui forte articulação política e empresarial, mostra satisfação com a escolha da produtora rural Tereza Cristina para comandar o setor agropecuário na gestão do presidente Jair Bolsonaro. No entanto, a entidade sinaliza resistir à iniciativa do novo governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (Dem), que enviará à Assembleia Legislativa, na próxima semana, um pedido de reedição do Fethab. A Aprosoja repudia ainda as propostas, que ganham corpo no Estado, para que o setor seja tributado, defendendo a continuidade da isenção garantida pela Lei Kandir.A divergência entre os dois lados, o que articula a cobrança de impostos e o que se beneficia do não pagamento, aponta para uma queda de braço cuja discussão e desdobramentos interessam, principalmente, a toda a sociedade mato-grossense e não apenas aos governantes e a Aprosoja.De acordo com o presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), Antonio Galvan, que participou da solenidade de posse da nova titular do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), ministra Tereza Cristina, nesta terça-feira (01) em Brasília, em seu primeiro discurso oficial, a ministra demonstrou que o setor terá no Mapa uma voz forte e atuante no governo federal, “como se faz necessário em um momento de incertezas para a agropecuária brasileira”.“A ministra se comprometeu com a entrega de resultados, o que para nós é de extrema importância, pois é no Mapa onde está a maior parte das demandas do nosso setor e, muitas vezes, somos penalizados pela morosidade da máquina pública. Ter uma técnica, com a habilidade política que a ministra tem, à frente do Mapa, nos traz uma expectativa muito positiva”, afirmou o presidente da Aprosoja.O presidente da Aprosoja estava acompanhado do diretor administrativo da entidade, Lucas Beber, do consultor técnico, Wanderlei Dias Guerra, e do presidente da Aprosoja Brasil, Bartolomeu Braz. Segundo ele, outro ponto reforçado por Tereza Cristina foi a necessidade de se aprimorar a infraestrutura para escoamento da produção agrícola.“Nós, produtores de Mato Grosso, sabemos o quanto isso é preciso e com urgência. O investimento em infraestrutura e logística ainda está muito aquém da necessidade do estado que é o maior produtor de grãos do país. Muito se fala em aumentar arrecadação, mas quando cobramos um plano de investimento nas nossas rodovias o silêncio prevalece. O setor de produção de alimentos segue fazendo a lição de casa, esperamos que as novas gestões - tanto na esfera estadual quanto federal -, façam as suas também”, afirmou o presidente.GOVERNO DO ESTADONa terça-feira, o presidente da Aprosoja participou da solenidade de posse do governador de Mato Grosso, Mauro Mendes, e do seu secretariado. Na ocasião, o presidente afirmou que, ao longo de toda campanha eleitoral, não houve qualquer discussão ou apresentação de um planejamento de infraestrutura e logística para o Estado, o que o setor tem cobrado assiduamente.A entidade ainda afirma que não aceitará uma nova tributação, por meio do Fethab, sem discutir os investimentos a serem realizados na infraestrutura do Estado. “Por isso, causa estranheza que o governador e seus aliados estejam defendendo uma nova tributação sobre o setor de produção de alimentos. Sequer tivemos acesso a um modelo de gestão destes recursos ou sabemos de fato aonde serão aplicados. Estamos abertos ao diálogo, mas o que não aceitamos é a forma impositiva, e sem planejamento, como estamos vendo”, afirmou Antonio Galvan.No final do ano passado, o então governador Pedro Taques (PSDB) não atendeu apelo do sucessor, Mauro Mendes, para enviar o projeto para prorrogação do Fethab 2 para a Assembleia Legislativa. Taques afirmou que cumpriria um acordo firmado com a classe produtora ainda na campanha a reeleição.A decisão de Taques não agradou Mendes, que afirmou que encaminharia o projeto para análise da Assembleia ainda nos primeiros dias do governo. A expectativa é de que o texto chegue a Assembleia na próxima semana, quando retornam os trabalhos legislativos.
QUEDA DE BRAÇO E RESPOSTA A DISCURSO
Por outro lado, o discurso do presidente da Assembleia Legislativa, Eduardo Botelho (DEM), que criticou o setor produtivo rural por não pagar impostos durante a posse do governador Mauro Mendes, na terça-feira (1), também foi alvo de resposta de Galvan.O presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja), Antonio Galvan, por meio de suas redes sociais, nesta quarta-feira (2), rebateu a fala de Botelho. Galvan apontou que a solução seria a contenção de gastos públicos, enquanto Botelho afirmou que a riqueza do estado está na mão de poucos barões do agronegócio. Já o governador disse na ocasião que todos os setores precisam contribuir. "Quero registrar que jamais o trabalho duro de um setor, seja qual for, será responsável pela desigualdade social, como foi citado nos discursos do governador Mauro Mendes e do presidente da Assembleia Legislativa, deputado Eduardo Botelho", disse Galvan em sua publicação. Para o presidente, a desigualdade é resultado de anos de má gestão, má aplicação do dinheiro público, inchaço da máquina pública e corrupção. Ele apontou que a solução é uma gestão eficaz. "Antes de apontar o dedo para quem planta, produz, gera emprego, renda, leva alimento à mesa, e convive diariamente com as incertezas climáticas, econômicas, jurídicas, devia-se olhar para dentro da própria casa e fazer as mudanças que a sociedade tanto anseia, como corte no excesso de gastos publicou", finalizou. Confira o esclarecimento na íntegra:
"Quero registrar que jamais o trabalho duro de um setor, seja qual for, será responsável pela desigualdade social, como foi citado nos discursos do governador, Mauro Mendes, e do presidente da Assembleia Legislativa, deputado Eduardo Botelho, durante a solenidade de posse do governador, nesta terça-feira.O que causa desigualdade é o resultado de anos de má gestão, má aplicação do dinheiro público, inchaço da máquina pública e a corrupção. Contra essas práticas não vemos políticos levantarem bandeira. Culpar um setor por injustiças sociais é jogar contra a sociedade que se beneficia - seja por meio de emprego e renda, seja por meio dos produtos gerados -, de determinada cadeia produtiva.Vocês sabiam que, para 2019, o Governo do Estado prevê o repasse no valor de R$ 896 milhões somente para manutenção da Assembleia Legislativa e do Tribunal de Contas do Estado?Valor muito superior ao orçamento do município de Várzea Grande, por exemplo, que está estimado em R$ 799 milhões e tem a segunda maior população de Mato Grosso: mais de 280 mil habitantes. Ou seja, 24 deputados estaduais e os 11 conselheiros custam aproximadamente R$ 2,5 milhões, por mês, cada um, aos cofres públicos.Enquanto para a infraestrutura – essencial para o desenvolvimento -, o valor mal chega a R$ 170 milhões, e a iniciativa privada segue contribuindo, pagando impostos e, muitas vezes, investindo recursos onde o Estado que deveria aplicar.Ou seja, antes de apontar o dedo para quem planta, produz, gera emprego, renda, leva alimento à mesa, e convive diariamente com as incertezas climáticas, econômicas, jurídicas, devia-se olhar para dentro da “própria casa” e fazer as mudanças que a sociedade tanto anseia, como o corte no excesso de gastos públicos.Mais tributos, mais cobranças, não vão resolver senão houver gestão eficaz.E é isso que devemos e vamos cobrar: Gestão eficaz, já!"