Em Brasília, após audiência com o ministro Paulo Guedes governador de MT diz que decretará calamidade financeira nesta quinta-feira

Redação   O governador  Mauro Mendes disse nesta quarta-feira, 16, após audiência com o ministro Paulo Guedes, da Economia, que pretende decretar nesta quinta-feira, 17, estado de calamidade financeira em Mato Grsoso. Mauro passou o dia em audiências na Capital Federal, percorrendo ministérios e órgãos atrás de recursos.   O chefe do Executivo mato-grossense pediu a Guedes a liberação de recursos do Fundo de Apoio às Exportações (FEX). Segundo o governador, seriam aproximadamente R$ 500 milhões para o Estado garantir sua "sobrevivência" nos próximos meses.   "A liberação do FEX nesse momento seria um canudinho para que possamos não morrer afogados", disse Mendes. Segundo ele, Guedes ficou de estudar a possibilidade de fazer a liberação aos Estados, o que depende de espaço no Orçamento e no teto de gastos. O último repasse ocorreu no fim de 2017, no valor de R$ 1,9 bilhão.   Mato Grosso está com o pagamento dos salários de servidores de dezembro e do 13º atrasados. Segundo o governador, metade das viaturas policiais saíram de circulação no último mês por falta de recursos para manter o serviço. "É o colapso do serviço público", disse.   Mendes reconheceu que o Estado precisará adotar medidas duras, mas disse que algumas delas já foram propostas à Assembleia Legislativa, como a elevação da alíquota previdenciária de servidores de 11% para 14%. O governo estadual também tem planos de tributar o agronegócio.   Segundo ele, as gestões anteriores promoveram um "aumento irresponsável de despesas do Executivo", que extrapolaram o crescimento da arrecadação. Agora, disse o governador, será preciso traçar um plano para reduzir despesas e ampliar as receitas do Estado.   Além disso, Mendes destacou que vai trabalhar pela aprovação da reforma da Previdência. "Não dá para ficar protelando", afirmou. Segundo ele, Mato Grosso deve ter um déficit de R$ 1,6 bilhão só na Previdência.   “Mato Grosso tem um grande potencial, mas agoniza pelo excesso de despesas, pelo crescimento da folha e pelos repasses que o Executivo não consegue mais suportar. Embora a economia privada vá bem, o Estado vai mal. Não honra com suas despesas básicas na Saúde, na Segurança, e corre o risco de colapsar serviços essenciais para a vida do cidadão”, afirmou.   “Vamos aguardar agora a aprovação da Assembleia Legislativa para que nós possamos colocar em marcha esse plano de recuperação”, explicou o governador, que destacou a necessidade da aprovação do decreto pelo Legislativo Estadual.   Conforme o governador, durante a reunião o ministro Paulo Guedes avalizou a decisão sobre o decreto e ainda classificou a medida como “acertadíssima”.   “O ministro deixou claro que somente os Estados que tiverem a coragem de tomar as medidas corretas conseguirão reequilibrar as contas. Ele disse que esse era o momento de expor as feridas e comunicar isso para a população, porque a população é a nossa patroa”, relatou.