Mauro Mendes fala em reduzir gastos com custeio, mas impulsiona despesas com dois expedientes do funcionalismo
Mauro Mendes fala em reduzir gastos com custeio, mas impulsiona despesas com dois expedientes do funcionalismo
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18/01/2019 - 12:43
Redação
Bastante vago nos esclarecimentos sobre sua execução, o decreto de “Calamidade Financeira” baixado pelo governador Mauro Mendes (Dem) é o tipo de providência fadada a ficar mais no “terreno das boas intenções” que ter grandes efeitos práticos. O decreto fala sobre cortes genéricos de gastos, mas não detalha, na prática, a forma como essas reduções ocorrerão. E os mecanismos para fiscalizar e medir resultados econômicos.A medida apenas elenca que a redução nas despesas – muitas de díficil controle, como energia , água e telefone – serão normatizadas por cada setor governamental.Nesse contexto de reduzir esse tipo de custeio no qual ainda pode-se adicionar o tradicional “cafezinho” nas repartições, além do consumo de papel higiênico e material de limpeza, há um contraste na iniciativa do governo e que, ao contrário de diminuir, implica no aumento de mais despesas.Trata-se do fato que, ao invés de continuar adotando, como já vinha sendo feito, apenas um expediente de 6 horas corridas, na parte da tarde, Mauro Mendes determinou que o funcionalismo voltasse a trabalhar em dois períodos (manhã e tarde), passando a uma carga horária de 8 horas.
Sem falar que a medida não deixa de causar transtornos nos hábitos e rotinas diárias das pessoas que trabalham no serviço público e já estavam acostumadas ao expediente corrido em só turno.Obviamente, não é preciso ser nenhum especialista para chegar a conclusão que o aumento nessa carga horária – e que nem sempre representa melhoria nos serviços prestados à população – significa mais despesas com insumos como energia elétrica, água, telefonemas, entre outros.
A incoerência entre falar em redução de gastos e aumentar a carga horária fica visível quando se compara que só os gastos com energia nos órgãos governamentais quase dobram com o aumento de ar-condicionados ligados - aparelhos que consomem grande demanda de força elétrica.
AcertosJá no tocante a outras iniciativas do governador no sentido de cortar o excesso de cargos de confiança (os chamados DAS), eliminando dezenas de secretarias adjuntas e centenas de outros cargos, além de propor à Assembleia Legislativa a aprovação de projeto que extingue várias secretarias de Estado, Mauro Mendes acertou em cheio.Inclusive, caso essa iniciativa de reduzir o tamanho da máquina governamental tivesse sido tomada há mais tempo, em gestões passadas, possivelmente Mato Grosso não teria chegado a atual situação de déficit entre sua arrecadação e o que gasta para manter uma estrutura “inchada”.