“SHOW DE EDER”: Ex-secretário de Fazenda condenado a mais de 100 anos discursa em audiência pública na AL e recebe vaias e aplausos
“SHOW DE EDER”: Ex-secretário de Fazenda condenado a mais de 100 anos discursa em audiência pública na AL e recebe vaias e aplausos
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22/01/2019 - 13:06
Eder Moraes
REDAÇÃOAo discursar da tribuna dos palestrantes durante Audiência Pública, na Assembleia Lesgislativa, na manhã desta terça-feira, o ex-secretário de Estado de Fazenda Eder Moraes foi vaiado e chamado, aos gritos, de “ladrão” por servidores estaduais, na manhã desta terça-feira (22). Mas não foram só vaias, Eder também recebeu aplausos de um grupo de servidores ao lembrar que, durante o período em que era gestor da Sefaz pagava os salários dentro do mês trabalhado. “Eu respeito à opinião dos contrários. A vaia é o aplauso dos contrários. Só quero lembrar que enquanto fui secretário de Estado o salário eram pagos dentro do mês, porque o Eder Moraes colocou dentro do mês trabalhado o salário de cada um. Não se falava em RGA, porque era pago rigorosamente em dia. Então, eu gostaria só um pouco de respeito em relação a minha história como servidor público porque servi com orgulho e prazer todos vocês”. Ele explicou que criou o Desenvolve MT, antiga MT Fomento, e considera um “erro sem precedentes” pedir o fechamento da empresa pública. No entanto, segundo ele, atualmente a agência Desenvolve MT está errada nas suas políticas de créditos e lembra que a agência era eficiente em sua gestão. “A agência não pode concentrar 100% do seu capital no microcrédito, é um erro. Todas as agências de fomento no Brasil destinam parte do seu capital para o pequeno, para o médio e para o grande, para poder rentabilizar a agência e fazer frente as suas despesas”, comentou. Ele citou ainda que criou a MT Fomento Card, que é o cartão de crédito do servidor público, que cobra juros de 4% ao mês. Segundo ele, o mercado cobra até 12%. “Este produto na agência está dando R$ 1 milhão ao mês de rentabilidade. Ou seja, R$ 12 milhões ao ano. Como essa agência está dando prejuízo?”, questionou. Considerando ser viável a continuidade da agência, Eder afirmo ser “necessário readequar os números e refazer um plano de negócios novos para agência de fomento. Essa agência de fomento dá R$ 600 a R$ 700 mil de lucro livre por mês”, estimou. Éder ainda sugeriu que os empréstimos consignados dos servidores sejam administrado pela MT Desenvolve. Condenações Condenado a mais de cem anos por corrupção, ele compareceu à audiência pública que debate os projetos do governador Mauro Mendes (DEM) para extinguir a Empresa Mato-grossense de Tecnologia da Informação (MTI) e a Agência de Fomento de Mato Grosso (Desenvolve MT).Ele usou a tribuna para falar que é contra o fechamento das empresas públicas. Em novembro de 2015, ele foi punido com 69 anos e três meses de reclusão, em regime fechado, por lavagem de dinheiro, falsificação de documentos públicos e outras práticas delituosas. Já em maio de 2017, Eder foi condenado a 10 anos e 8 meses de prisão, por corrupção passiva.Em fevereiro do ano passado a Justiça Federal lhe impôs uma condenação de 24 anos e oito meses de prisão pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e peculato (desvio de dinheiro público) em uma das ações penais que responde no âmbito da Operação Ararath.Além da prisão, foi fixado o pagamento de uma indenização no valor de R$ 28,4 milhões pelos danos causados aos cofres públicos.