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AGENDA NEGATIVA: Grampos ilegais na gestão de Pedro Taques é “marca” que continua voltando à tona
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24/01/2019 - 09:44
grampos
Redação
O episódio dos “grampos” telefônicos na gestão do então governador Pedro Taques (PSDB), volta e meia, vem à tona, para incômodo do político tucano. É, por assim dizer, uma agenda negativa com releitura atualizada.Mesmo fora do poder, Taques continua carregando os desgastes desse episódio, além do fardo de estar respondendo, no âmbito judicial, pelo seu suposto envolvimento nas escutas ilegais.Nesse aspecto, mostrando que as “marcas” da “grampolândia pantaneira” permanecem em evidência, o ex-secretário de Segurança Pública de Mato Grosso (Sesp-MT), Fábio Galindo , em depoimento ao Ministério Público, reafirmou que havia alertado o ex-governador Pedro Taques sobre interceptações telefônicas clandestinas que ocorriam no Estado. Para saber mais sobre esse assunto “nebuloso”, confira matéria assinada pelos jornalistas Lázaro Thor Borges e Pablo Rodrigo, publicada pelo site Gazeta Digital, e que traz mais detalhes do escandâlo que teve ampla repercussão na midia local e nacional, sem falar nas consequências judiciais e políticas negativas para a gestão de Pedro Taques.
Veja o texto na íntegra:
Ex-secretário de Segurança Pública de Mato Grosso (Sesp-MT), Fábio Galindo voltou a afirmar que avisou o ex-governador Pedro Taques (PSDB) das interceptações telefônicas ilegais que ocorriam no Estado. Em depoimento prestado em outubro, no Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDF), ele ainda sustentou que deixou o cargo por conta de um clima de tensão e do “jogo de poder” que existia no Comando Geral da Polícia Militar. O depoimento ocorreu após um pedido de reinterrogatório da defesa do cabo Gerson Corrêa, um dos réus no escândalo dos grampos. Galindo contou sobre como ele e o promotor Mauro Zaque, também ex-secretário de Segurança Pública, encontraram esquema de “barriga de aluguel” em interceptações telefônicas. Ele explicou que recebeu, junto a Mauro Zaque, um envelope em papel pardo com informações anônimas sobre os casos. A partir de então, os dois organizaram uma triagem dos documentos para, só então, realizar a denúncia ao, na época, governador Pedro Taques. “Que eu me recordo, foram duas reuniões no Palácio e uma delas na residência do governador”, contou Galindo, ao comentar sobre encontros para mostrar as informações a Taques. “Na ocasião, no diálogo, ele não chegou a relatar que tinha conhecimento, absolutamente nada, sempre com uma postura mais de ouvir do que se expressar”, relatou. Galindo afirmou não saber dizer se, depois da denúncia, Taques tomou alguma atitude. Ele explicou que, após a denúncia, Zaque saiu da Secretaria e, em seguida, ele assumiu o cargo, mas o deixou logo em seguida. Um dos motivos para sua saída, segundo Galindo, seria a relação nada amistosa com o Comando Geral da Polícia Militar, que teria ficado incomodado com as denúncias realizadas pelos ex-secretários. Questionado por um dos advogados, Fábio Galindo ainda relatou que muitos daqueles que foram denunciados tinham relações próximas e eram, de alguma forma, de um mesmo grupo de militares. Assim, o afastamento do comandante geral da PM, Zaqueu Barbosa, por conta da denúncia teria causado irritação entre os demais oficiais. “A partir de janeiro, eu assumi a Secretaria de Segurança, com uma determinação de queda do comandante geral e, naturalmente, começou a surgir dentro do governo um jogo de forças, porque eu e Mauro Zaque tínhamos feito emergir aquele fato, que era extremamente contundente a uma figura representativa”, afirmou o ex-secretário. “Então, começou-se a gerar todo um ambiente conflagrado entre quem suscitou o fato e de quem, em tese, tinha interesse de permitir que este fato ficasse cada vez mais ocultado e em silêncio. Nunca fui procurado por nenhum destes coronéis, mas isso era algo claro neste jogo de forças decorrentes da governabilidade interna”, conclui.