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Com o comando do Congresso Nacional em mãos, Dem ressurge forte e essa conjuntura pode favorecer em MT Mauro Mendes, Botelho e Jayme Campos
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03/02/2019 - 11:17
mmb
*Por Mário Marques de Almeida
A reviravolta no tabuleiro da política nacional representada pela eleição de Davi Alcolumbre, do Pará, à presidência do Senado e a reeleição de Rodrigo Maia, ambos do Dem, para comandar a Câmara dos Deputados, dois postos estratégicos no organograma macro do poder no país, pode repercutir e ter desdobramentos em Mato Grosso, por exemplo, Estado em que o partido possui políticos em cargos-chave, a exemplo do governador Mauro Mendes e do presidente reeleito da Assembleia Legislativa, Eduardo Botelho, além da eleição a uma vaga no Senado do veterano cacique da sigla, Jayme Campos.
Para quem observa o desenrolar das movimentações políticas e partidárias, forçoso é concluir que o Dem saiu fortalecido na cúpula que comanda a nação, na qual se sobressai o presidente da República, Jair Bolsonaro, e a maior bancada na Câmara dos Deputados e em muitas Assembleias Legislativas, mas composta de muitos políticos estreantes, novatos e sem traquejo político – o que abre espaços para o Dem, velho de guerra, crescer nesse cenário. Haja vista o exemplo da reeleição de Maia e o caso mais clássico do Poder Legislativo do Rio de Janeiro, berço do PSL no Brasil e na qual a bancada do PSL é maioria naquela Casa, porém articulou atabalhoadamente e perdeu a presidência da AL carioca para um deputado do PT – partido que os bolsonaristas consideram arquirival.
Se no Brasil o Dem está ressurgindo forte através de articulações bem engendradas, já em Mato Grosso a legenda, embora afastada do comando do Palácio Paiaguás há quase 30 anos, sempre se manteve viva e influente, pontificando em prefeituras importantes, como a de Várzea Grande, além de eleger vários representantes, desde Câmaras de Vereadores à esfera do Congresso.
Muita articulação e poucos votos
A capacidade do Dem se reestruturar em termos de adquirir nacos importantes do poder é medida pelo fato que nas eleições recém passadas, de 2018, o partido teve um desempenho pífio e ficou em décimo lugar geral em votos nas eleições para deputado federal e um quinto para senador, no entanto, inverteu a posição desfavoráve eleitoralmente, deu a volta por cima adquirindo influência política com a reeleição de Rodrigo Maia (RJ) no comando da Câmara e a vitória de Davi Alcolumbre (AP) na disputa pela presidência do Senado.
Conforme bem aponta matéria de análise política do jornal O Estado de S. Paulo, “a façanha do DEM, assim como o PFL de Antonio Carlos Magalhães, Marco Maciel e Jorge Bornhausen no passado, ocorre meses depois de o partido obter três ministérios do governo Jair Bolsonaro”.
De acordo com o jornal, “a legenda conseguiu construir um atalho e emplacar os deputados Luiz Henrique Mandetta (MS) na pasta da Saúde, Tereza Cristina (MS) na Agricultura e, em especial, Onyx Lorenzoni na chefia da Casa Civil”.
“Nem o PSL, de Bolsonaro, que saiu em outubro das urnas como o mais votado para a Câmara, com 11 milhões de votos, e o PT, campeão na contagem de votos para o Senado, com 24 milhões, tiveram o mesmo espaço no tabuleiro político de Brasília. É a primeira vez que um partido comandará as duas casas desde 2014, quando o então PMDB elegeu Renan Calheiros (AL) no Senado e Eduardo Cunha (RJ) na Câmara”, prossegue a análise.
“Agora, o DEM assume as duas Casas com apenas a quarta bancada no Senado (seis senadores) - empatado com PT e PP - e a 11.ª na Câmara (27 deputados)”.
No quadro mais amplo nacional, saem fortalecidos, principalmente com a eleição de Alcolumbre para comandar o Senado, o ministro Onix Lorenzoni que se empenhou nas articulações para que o Dem emplacasse três ministros e agora elegesse o presidente do Senado.
Histórico
Criado a partir de uma dissidência do PDS nas articulações para candidatura presidencial de Tancredo Neves, do PMDB, o antigo PFL foi rebatizado de DEM em 2007. Era o auge da popularidade do PT e do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Todavia, foi como PFL que a sigla viveu momentos intensos na política, com o líder baiano Antônio Carlos Magalhães dando as cartas do Ministério das Comunicações do governo Sarney e depois com o apoio do governo Fernando Henrique - quando comandou o Senado.
*Com informações da Agência Estado.