NEM AINDA COMEÇOU: CPI para investigar fraudes fiscais já enfrenta pressão para não ser instalada, mas deputado diz que não foi reeleito para servir “pizza”

NEM AINDA COMEÇOU: CPI para investigar fraudes fiscais já enfrenta pressão para não ser instalada, mas deputado diz que não foi reeleito para servir “pizza” Wilson Santos
RedaçãoO deputado Wilson Santos (PSDB) apresenta nesta terça-feira (14), conforme já havia prometido, o requerimento de um pedido de instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar suspeitas de sonegação fiscal e “farra” com renúncia de impostos, benesse concedida pelo Poder Executivo a grupos e setores privilegiados da economia mato-grossense. São alvos prioritários da investigação em face de suspeitas de irregularidades tributárias, além do agronegócio, os segmentos de mineração de ouro, combustíveis e frigoríficos. Estes três últimos, também suspeitos de “lavagem” de dinheiro.De acordo com Santos, autor da proposta de instalação da CPI, dez deputados estaduais já assinaram o requerimento e a abertura da Comissão Parlamentar “é um caminho sem volta”. Em que pese, de acordo com o próprio parlamentar, rumores de movimentações de setores políticos e empresariais no sentido de tentar abortar a instalação da CPI. O esquema envolveria articulações para “convencer” alguns deputados a retirar suas assinaturas do pedido para abrir a CPI, o que poderia inviabilizar a instalação da mesma.No entanto, Wilson não acredita que tentativas de “sabotagem” desse tipo prosperem, pois, de acordo com ele, os parlamentares que assinaram o documento são sérios e querem dar sua contribuição para o bem de Mato Grosso e a moralização nas relações entre o Fisco e os contrbuintes, a fim de evitar que setores “apaniguados” paguem pouco ou nada, enquanto outros, que não desfrutam dos mesmos privilégios, carregam o peso da carga tributária. “Fazer essa CPI e buscar descobrir responsáveis por sonegar tributos é, acima de tudo, uma questão de justiça e reconhecimento de nós, deputados, com as empresas e pessoas que, mesmo enfrentando crises, pagam seus impostos”, justifica.Wilson Santos também informa que a Comissão vai procurar saber os motivos pelos quais os órgãos de controle e fiscalização não deram andamento nas denúncias investigadas por duas CPIs anteriores realizadas na Assembleia Legislativa com os mesmos propósitos de investigar desvios de impostos.O deputado questiona o fato, segundo ele, que os órgãos em questão sequer propuseram medidas para que os protagonistas de casos de sonegação levantados por aquelas Comssões Parlamentares de Inquérito fizessem o ressarcimento aos cofres públicos dos valores, acrescidos de multas, juros e correções referentes a impostos que deixaram de recolher.“Ao Poder Legislativo, nesses casos, cabe investigar o fato e compartilhar as informações com as instituições que têm o poder de polícia para denunciar e propor punições para as pessoas e empresas que se locupletaram com a sonegação”, declara Wilson.Para ele, quando acontece de providências que não estão na esfera legislativa não tenham sequência, os desgastes e ônus ficam para o Legislativo que passa a ser visto aos olhos da opinião pública como “fabricante de pizzas” – um eufemismo popular que designa CPIs que não apresentam resultados práticos.“Quando, na realidade – prossegue o deputado -, o papel da Assembelia Legislativa é apurar os fatos e encaminhar o resultado para órgãos que devem dar seguimento aos trabalhos, adotando ações para que eventuais atos de sonegação ou irregularidades na concessão de benesses fiscais sejam punidos na forma da lei”.