Senador por MT que evita entrar em “bola dividida” surpreende ao criticar “crise política” no país
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19/02/2019 - 07:40
wellington
RedaçãoO episódio da briga envolvendo um filho do presidente Jair Bolsonaro com o até então “escudeiro fiel” do presidente da República e culminou com a exoneração de Gustavo Bebiano da Secretaria Geral da Presidência da República, ele que era considerado um ministro extremamente leal ao clã bolsonarista, cujo imbróglio acabou gerando uma crise política desgastante para o governo federal, serviu de pano de fundo para o senador Wellington Fagundes (PR) lembrar que o país, além da crise econômica, enfrenta outra de viés político.
Com histórico governista, de apoio e alinhamento aos mandatários, independentemente da coloração política e ideológica, Fagundes nunca foi de fazer questionamentos mais duros contra governantes. Daí, o fato de ter chamado a atenção do Senado ele haver opinado sobre o que pensa a respeito das “tricas e futricas”palacianas de ordem familiares e vêm engessando o Brasil.
“Temos uma crise política e uma crise econômica, juntas. Qual crise vamos resolver primeiro?”. O questionamento foi apresentado pelo senador Wellington Fagundes (PR-MT) ao indicado do Governo Jair Bolsonaro para ocupar a presidência do Banco Central, Roberto Campos Neto, durante encontro esta semana, no Senado Federal. O relato da conversa com Roberto Campos Neto foi feito durante sessão plenária de debates do Senado, na última sexta-feira, 15.
Fagundes foi taxativo: “Temos que resolver a crise política”. E acrescentou: “Temos que ter a paz política”. Com experiência de seis mandatos como deputado federal e agora senador, Wellington lembrou que em outros momentos o Brasil enfrentou crise política e em outra crise econômica. Desde o mandato passado, o Brasil vive duas crises acumuladas.
Fagundes citou como exemplo o conflito que se estabeleceu entre o filho do presidente Jair Bolsonaro, e o ministro-chefe da Secretaria Geral de Governo, Gustavo Bibbiano. “Tudo isso leva a uma instabilidade” - acentuou. Por outro lado, citou o exemplo da eleição no Senado, cujo presidente, Davi Alcolumbre (DEM-AP), apesar da idade, tem demostrado, segundo ele, grande capacidade de articulação política. “O senador Davi [Alcolumbre] traz para nós uma nova luz” – comentou.
Roberto Campos Neto será sabatinado no próximo dia 26 na Comissão de Assuntos Econômico (CAE), juntamente com outros dois indicados para diretorias do banco. Fagundes relatará a indicação de João Manoel Pinto de Melo para a diretoria Organização do Sistema Financeiro. Outro indicado é Bruno Serra Fernandes para a Diretoria de Política Monetária.
LEI KANDIR – Relator do projeto de lei complementar que regulamenta as transferências a titulo de compensação previstas na Lei Kandir, o senador Wellington Fagundes tem se dedicado a busca da aprovação da matéria de forma imediata. Ele lembrou a regulamentação cabe ao Congresso Nacional.
“Isso é uma decisão do Congresso Nacional, que tem que votar e impor ao Governo a devolução daquilo que é justo para cada Estado” – assinalou o republicano.
Fagundes ressaltou que o Congresso vem se mobilizando para votar o projeto de Lei Complementar, construída pela Comissão Mista do Congresso Nacional. “Nós precisamos votar, nós precisamos resolver esse impasse, ou o Governo faz uma reforma tributária rapidamente, o que não será feito. Hoje o foco do Governo primeiro é a previdência, depois vêm outros, a questão da segurança. Então, a reforma tributária, eu não acredito que acontecerá em curto prazo” – disse.