Percival Muniz já é visto como “fiel da balança” nas eleições de 2020 em Rondonópolis, mas ele quer mais: a própria prefeitura

Percival Muniz já é visto como “fiel da balança” nas eleições de 2020 em Rondonópolis, mas ele quer mais: a própria prefeitura percival5
Por Mário Marques de Almeida   Percival Muniz, ex-prefeito de Rondonópolis por duas vezes, ex-vereador e também já ocupou os mandatos de deputado federal e deputado estadual, granjeou fama de bom articulador político e hoje já está posando como espécie de “fiel da balança” com vistas às eleições municipais de 2020.   Os pleitos em Rondonópolis costumam ser emblemáticos e na próxima eleição não será diferente, considerando que forças que deverão estar se confrontando em 2022, nas eleições para governador, senador e deputados federais, além de presidente da República, quanto ao que diz respeito especificamente ao âmbito mato-grossense deverão ser influenciadas pela disputa travada dois anos antes naquele município.   Terra e domicílio eleitoral de três governadores - Carlos Bezerra (MDB), Rogério Salles (PSDB) e Blairo Maggi (PP) -, senadores, deputados federais e historicamente contando com uma representação forte na Assembleia Legislativa, Rondonópolis se tranformou em “laboratório” político, ou seja, serve de espelho para ditar rumos e tendências nas disputas majoritárias em nível de Estado.   Por trás de nomes como o de Adilton Sachetti (PSB), também ex-prefeito daquele munícipio, ex-deputado federal e candidato ao Senado derrotado recentemente, está o agronegócio, segmento econômico predominante no município e no Estado e que na eleição passada perdeu protagonismo principal em Mato Grosso para o “tsunanmi” Bolsonaro, que varreu lideranças importantes da política estadual, trazendo novos nomes à seara política, muitos dos quais até então completamente desconhecidos da população.   Sachetti é pré-candidato a prefeito e já está articulando sua intenção de disputar em 2020. Ele é um autêntico representante do grupo da soja, cuja maior liderança é o ex-ministro da Agricultura Blairo Maggi. Essas forças econômicas mescladas com ligações partidárias cojunturais e momentâneas tentam voltar à cena principal em 2022, a partir da reconquista de sua base mais significativa (foi ali, por exemplo, que nasceu a Aprosoja, entidade que hoje se espalha por todo o país).    Uma eventual vitória de Sachetti em Rondonópolis adquire contornos, nesse cenário, que vão além do poder municipal, mas pode representar o início da retomada do Palácio Paiaguás.   O agro, pela recente experiência que tem com a reedição do Fethab por iniciativa do governador Mauro Mendes (Dem) – até então tido como um aliado do setor e com o qual a sojiculltura está decepcionada - e tentativas de taxar com o ICMS a sua produção, sabe que só o poder econômico não basta – é preciso complementar com o poder político! “Juntar a fome com a vontade de comer”, como se diz.   Essas evidências já dão mostras da importância e do significado do resultado que surgir das urnas rondonopolitanas no próximo pleito.    Trata-se de muita coisa em jogo, principalmente de fortes interesses econômicos.   Embora não tenha obtido êxito na postulação ao Senado, Adilton Sachetti foi o candidato a senador mais votado em Rondonópolis. Além desse fator, ele cultiva a imagem de ter sido um administrador eficiente, razão pela qual o agronegócio, numa perspectiva mais ampla de poder, vai apostar todas as suas fichas em sua candidatura.   Nesse contexto, Percival Muniz, que já estava praticamente alijado do cenário político com a derrota que sofreu para o atual prefeito Zé do Pátio (SD), em  2016, também ressurge com força. Passou a ser visto e cortejado por setores do agronegócio que desejam tê-lo como aliado.    Segundo informações de bastidores, o agro acena para o grupo liderado por Muniz com a candidatura a vice e um possível apoio para uma eleição futura ao Senado. No entanto, ao que se sabe, ele já estaria querendo mais: a própria prefeitura!    Fontes confiáveis asseguram que Percival não descarta uma candidatura a prefeito, mas, politico experiente, aguarda apenas o momento adequado para entrar no jogo.   De outro lado tem o prefeito José Carlos do Pátio, que deve disputar a reeleição, mas, aparentemente, está focado somente na gestão e não começou a ensaiar os passos para ser, mais uma vez, candidato.   Nessa equação e com representatividade eleitoral e política reconhecidas, existe o grupo comandado pelo senador Wellington Fagundes (PR) que não ficará, ainda que como coadjuvante, fora dessa disputa. Wellington precisa “reoxigenar” o seu nome para um eventual retorno ao Senado, em 2022. E ele sabe que não participar dessa disputa pode representar a “morte” de projetos futuros!