DECOMPOSIÇÃO SOCIAL: Semáforos e cruzamentos em Cuiabá e Várzea Grande viram “ponto” disputado de mendicância
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20/03/2019 - 14:33
limpador
EDAÇÃONas ruas de Cuiabá e Várzea Grande se percebe que tem aumentado bastante, nos últimos meses, o número de pedintes, vendedores ambulantes e de pessoas que mal os veículos param nos semáforos, se aproximam com um litro de água e pequenos rodos a pretexto de limpar parabrisas dos carros à epera de receber algumas moedas. Além de brasileiros desempregados, nesse segmento de excluídos do que se denomina “sociedade de consumo” se misturam venezuelanos carregando cartazes onde pedem emprego, mas também não dispensam donativos em dinheiro – uma prática que já está transformando esses imigrantes em pedintes profissionais.Nos cruzamentos e sinaleiros, também se juntam pessoas pedindo “ajuda” para supostas casas de abrigo de dependentes químicos. Sobre estes elementes, geralmente bem vestidos, pairam suspeitas de que são golpístas que se fazem passar por pessoas abnegadas em busca de auxílio para instituições beneméritas. O caso deles deixa de ser da área assistencial e cabe à polícia identificá-los para saber se estão mesmo a serviço de alguma casa de abrigo.Sabe-se que esses “pontos” em locais estratégicos, de grande fluxo de carros e pessoas, é disputado pelos que fazem do ato de pedir uma profissão, em alguns casos rendosa.“Não tenho horário fixo enm patrão para me encher o saco, não preciso andar arruumado e nas horas que resolvo ‘trabalhar’ chego a tirar às vezes mais de R$ 100,00 por dia”. A afirmação é de um limpador de parabrisas que resolveu falar com a reportagem do Página Ùnica. O seu ponto fica em um cruzamento movimentado na Avenida Couto Magalhães, em Várzea Grande.O cenário de mendicância que se vuslumbra na região metropitana é reflexo da situação ainda precária do mercado de trabalho, com manutenção de uma taxa de desemprego elevada e persistente, principalmente entre os brasileiros menos escolarizados, fez aumentar o número de lares no País sem renda alguma proveniente do trabalho ou com uma remuneração muito baixa. A informação faz parte de um levantamento divulgado nesta quarta-feira, 20, pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).