RedaçãoA dívida dolarizada de Mato Grosso com o Bank of América continua “sangrando” os cofres públicos, mais uma vez, com suas parcelas cotadas pela moeda norte-americana. E a expectativa do governo de Mato Grosso era de que a parcela que vence neste mês de março, por exemplo, no valor de US$ 37 milhões, cerca de R$ 146 milhões, tivesse sua quitação postergada para o mês de setembro. No entanto, a instituição financeira não concordou com a pproposta de dilatação do prazo.Caso não aceite pagar a dívida no prazo acordado à época de sua contratação, Mato Grosso corre o risco de ser acionado e ter suas contas bloquedas, além de sofrer outras sanções em termos de não poder contrair novos empréstimos.Diante disso, este mês já está sendo considerado pelas autoridades fazendárias mato-grossenses conmo “Março Vermelho”,  possivelmente o mais difícil deste ano para os governantes do Estado.Conforme o secretário de Fazenda (Sefaz), Rogério Gallo, a discordância do Bank of América em não postergar o recebimento para setembro agrava sobremaneira a situação financeira e orçamentária do Estado. "Infelizmente nós temos que pagar essa parcela de R$ 146 milhões, nós tivemos essa resposta, chegou ontem, e traz um custo social muito grande, que é um dinheiro que vai para se pagar dívida e juros da dívida e infelizmente nós vamos ter que tirar de dinheiro que poderia ser distribuído em saúde, educação e segurança", disse Gallo nesta terça-feira (26).O governo de Mato Grosso negocia um novo empréstimo de US$ 332 milhões com o Banco Mundial, recurso que será usado para quitar a dívida dolarizada – uma engenharia financeira que está sendo idealizada para desafogar o Estado do pagamento de um débito cuja tendência é aumentar. "A nossa proposta era colocar essa parcela para setembro e até lá, de acordo e se à Assembleia aprovar o empréstimo, nós já negociaríamos com o Banco Mundial", dizAtualmente o estado deve cerca de US$ 360 milhões. A proposta do Banco Mundial é comprar esse débito e estender o prazo de pagamento por 30 anos, estabelecendo parcelar mensais a uma taxa de 1,5% ao ano.COMO COMEÇOUO negócio com o Bank of America foi firmado ainda na gestão do ex-governador Silval Barbosa. Na época, a instituição comprou parte da dívida do estado com a União, o que teria aumentado a capacidade de endividamento de Mato Grosso, possibilitando a execução de obras, em especial as voltadas para a Copa do Mundo de 2014.