RONDONÓPOLIS: Ungido pelas urnas que o transformou de vereador a deputado, Tiago Silva sobe degrau na “hierarquia” do MDB e já é cogitado para disputar prefeitura

RONDONÓPOLIS:  Ungido pelas urnas que o transformou de vereador a deputado, Tiago Silva sobe degrau na “hierarquia” do MDB e já é cogitado para disputar prefeitura alcolumbre
Análise políticaPor Mário Marques de AlmeidaA determinação do deputado federal Carlos Bezerra, presidente da Executiva estadual do MDB, no sentido de que o partido lance candidatos a prefeito em todos os municípios do Estado não pode ser interpretada ao “pé da letra”, até porque se torna impraticável no modelo multipartidário em vigor e no qual coligações entre duas ou mais legendas fazem parte da regra e não da exceção.Nesse contexto, cada município tem suas peculiaridades e, dependendo de cada caso, a legenda pode já estar compromissada com a eleição ou reeleição de outros projetos de partidos com os quais está aliada ou pretende se aliar no pleito de 2020. Nesse aspecto - e Bezerra, melhor do que ninguém sabe disso -, o comando dado por ele para que a sigla lance candidaturas próprias pode ser interpretado mais como uma orientação do que propriamente ordem. Não se trata, obviamente, de algo taxativo.Evidente que o MDB vai querer brigar por um espaço mais relevante naqueles colégios eleitorais maiores, buscando a cabeça de chapa ou emplacar a vice. Faz parte do jogo democrático.De acordo com essa diretriz, cidades-polos como Rondonópolis e da qual Bezerra já foi prefeito por duas vezes, fazem parte dessa equação emedebista.E o partido já tem um nome: Tiago Silva, eleito deputado estadual no pleito passado.  Até se eleger para uma  vaga na AL, seu nome não figurava entre as apostas da sigla para uma disputa dessa envergadura.Mas o efeito das urnas costuma falar mais alto e mudar os rumos de eventuais articulações para cargos majoritários de cacife mais alto. E Tiago Silva, que deixou a vereança naquele município para ser eleito deputado, é um desses exemplos de  subida na hierarquia político-partidária.Ele foi ungido pelos votos que o fizeram galgar, de vereador que era ao mandato que ora ocupa.  E a cúpula do MDB de Mato Grosso, é de se imaginar, deve estar considerando essa mobilidade alavancada por votações. E não deverá medir esforços para lançar o nome do jovem deputado a prefeito – o que não significa que isso é uma decisão irredutível, ou seja, que o partido não possa compor para apoiar outros candidatos a prefeito.  Caso isso ocorra, as conjecturas vão desde uma possível aliança com o prefeito José Carlos do Pátio, de cuja gestão o MDB já faz parte de sua base de sustentação, na hipótese do atual chefe do Executivo vir a disputar a reeleição.Considerando ainda esse cenário de composições, também surgem os nomes do ex-prefeito e ex-deputado federal Adilton Sachetti (PSB), que já está em pré-campanha para ser candidato a prefeito e, obviamente, não vai desprezar o apoio de um partido com as raízes históricas do MDB naquele município, ou até mesmo do ex-prefeito Percival Muniz, que também estaria analisando o quadro para ver onde ele e seu grupo se encaixam.É com esses perfis e nomes, antigos ou novos, que vai se desenhando a disputa eleitoral pelo comando da prefeitura  de Rondonópolis. Uma eleição que costuma ter um caráter emblemático que vai além das divisas daquele município, com reflexos que podem desembocar na sucessão de Mauro Mendes.  As pedras que se movimentam no xadrez eleitoral rondonopolitano, podem apostar suas fichas, com certeza estarão em evidência e fazendo parte do grande jogo de 2022 no Estado.Isto polrque, além de ser o principal polo econômico do interior de Mato Grsso e ter um colégio eleitoral expressivo, Rondonópolis concentra a segunda maior representação política de Mato Grosso, com um senador (Wellington Fagundes), dois deputados federais (Bezerra e José Medeiros) e quatro deputados estaduais (Delegado Claudinei, Sebastião Rezende, Nininho e Tiago Silva). Com estes nomes, o município forma uma representação política influente, vindo imediatamente após Cuiabá e Várzea Grande. É nesse universo que, sem viés radical, a legenda comandada por Carlos Bezerra, desde já,  prepara seus trunfos: seja para concorrer com nomes próprios ou compor nas eleições municipais. Por enquanto, o líder emedebista, ao dizer que seu partido terá candidatos em todos os municípios, faz apenas “balões de ensaio”.