- Home Page
- Política
- NA MIRA DE CPI: Figura emblemática do setor de combustíveis e transportes em MT e no país, Aldo Locatelli tem trajetória de “brigas” por questões políticas e empresariais
NA MIRA DE CPI: Figura emblemática do setor de combustíveis e transportes em MT e no país, Aldo Locatelli tem trajetória de “brigas” por questões políticas e empresariais
|
03/04/2019 - 08:08
aldo1
RedaçãoAtualmente alvo de convocação da CPI que investiga a “farra” de incentivos fiscais e de sonegação de impostos em Mato Grosso, Aldo Locatelli é um dos empresários mais ricos e influentes de Mato Grosso e sua trajetória no setor é marcada por embates políticos e empresariais.Tendo Mato Grosso como sua principal base, ele é dono de de uma rede de abastecimento de combustíveis com pontos de venda localizados em cidades estratégicas do Estado em fluxo de cargas e se espalha pelo Paraná, São Paulo, Goiás, Pará e Bahia. Estrutura que é apoiada por pelo menos duas empresas transportadoras do grupo Aldo Locatelli que emprega cerca de 1.200 pessoas, segundo dados de 2017.Aldo Locatelli é descendente de uma família cujo pai e seus irmãos atuam no setor desde a década de 60, com início das atividades em Santa Catarina,mas ele começou a sua carreira solo como empresário do segmento no final da década de 80, quando aportou em Cuiabá, procedente de Dourados (MS) e, desde então, não parou de crescer. Seus postos são voltados para atender basicamente caminhoneiros e o setor de transportes rodoviário de cargas. Nesse segmento ele se destaca como o maior revendedor de combustíveis (diesel) de Mato Grosso e é um dos maiores do país.PolêmicasEntre as muitas polêmicas em que Aldo se meteu foi com o ex-governador Pedro Taques (PSDB), com o qual rompeu política e pessoalmente após ter sido um dos principais empreendedores privados a dar seu apoio ao então senador e candidato a governador. O rompimento ocorreu por divergências em torno de questões tributárias referente à taxação do ICMS sobre combustíveis, em especial o diesel. Ao anunciar a ruptura com o ex-governador tucano, Locatelli , irritado, alegou “insensibilidade” do gestor para atender demandas do segmento e chegou a ameaçar retirar a matriz de suas enpresas de Mato Grosso, levando-a para o Paraná.Antes, porém, ainda na fase de campanha eleitoral e da qual era um dos maiores entusiastas e apoiadores que levou Taques ao comando de Mato Grsso, nas eleições de 2014, o empresário foi alvo de críticas e de ações de adversários políticos por ter promovido um churrasco, no qual Taques conmpareceu e cujo evento foi considerado abuso de poder econômico. Na época, Aldo se defendeu alegando que a confraternização com caminhoneiros, funcionários e fornecedores era uma prática em sua rede de postos e que o evento já estava programado anteriormente. Ou seja, saiu pela tangente com a justificativa que o churrasco ao qual compareceram cerca de duas mil pessoas não tinha sido específico para recepcionar Pedro Taques em campanha – o que era e é vedado pela legislação eleitoral.CPIComissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa que investiga a suspeita de sonegação de impostos e renúncia fiscal em Mato Grosso aprovou a convocação do empresário do setor de combustíveis, Aldo Locattelli, para prestar depoimentos, do secretário-adjunto da Receita Pública, Fábio Fernandes Pimenta, e do superintendente do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), Daniel Latorraca.A data para os depoimentos será 23 próximo. A Associação Nacional das Distribuidoras de Combustíveis, Lubrificantes, Logística e Conveniência, sediada no Rio de Janeiro, também será acionada para encaminhar um dos seus representantes para prestar depoimentos no Legislativo. As oitivas estão programadas para os dias 16 de abril e 7 de maio e 28 de maio, respectivamente. O presidente da CPI, deputado estadual Wilson Santos (PSDB), informou que a convocação não significa uma pré-condenação e tampouco acusação contra alguém. Trata apenas de agentes com conhecimentos dos seus respectivos setores que podem, com muita qualidade e conhecimento de causa, contribuir para subsidiar as investigações com informações sólidas. “A convocação se deve a importância e conhecimento que cada um tem nos seus respectivos setores. A CPI está em sua fase inicial e precisa nortear seus trabalhos com dados consistentes para que possamos aperfeiçoar a arrecadação de impostos e o Estado reverter esse potencial em serviços de melhor qualidade aos cidadãos de Mato Grosso”, disse. A respeito do volume de dinheiro sonegado em Mato Grosso, o deputado estadual Wilson Santos afirma que dispõe de informações preliminares de que um amplo trabalho de investigação poderá contribuir significativamente para a receita pública de Mato Grosso. “Só o setor de combustíveis geraria um prejuízo de R$ 300 milhões. O setor de mineração também precisa ser investigado. Só em Poconé foram extraídos 3 mil toneladas de ouro e diamante e nenhuma contribuição satisfatória aos cofres públicos do município e do Estado”, pontuou. A CPI da Sonegação e Renúncia Fiscal é composta ainda pelos deputados estaduais Carlos Avalone (vice-presidente), Ondanir Bortolini, o Nininho (relator), Janaina Riva e Max Russi, estes dois últimos na condição de membros.