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CENAS DE CINEMA: “Cabeça Branca” que teve fazendas expropriadas no Paraguai e no Brasil foi preso em MT na maior operação já feita pela PF contra o tráfico internacional de drogas que pode virar roteiro de filme
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11/04/2019 - 22:43
chefão12
*Redação
Uma das fazendas do megatraficante apreendidas no Paraguai esta semana
A Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai (Senad), o Ministério Público, a Secretaria Nacional para Administração de Bens Apreendidos, o Serviço Nacional de Cadastro e a Força Tarefa-Conjunta, em cooperação com a Polícia Federal do Brasil, apreenderam três fazendas do narcotraficante Luis Carlos da Rocha, o Cabeça Branca, que agia em toda a faixa de fronteira, incluindo Mato Grosso do Sul. Os bens estão avaliados em aproximadamente 68 milhões dólares, cerca de R$ 262,4 milhões.A ação é desobramento da Operação Spectrum, deflagrada em 2017, pela PF, e representa a fase final de vários meses de investigações que objetivaram desarticular completamente uma complexa estrutura criminosa dedicada à lavagem de dinheiro do tráfico, administrada por Cabeça Branca, atualmente preso no Brasil. As fazendas somam total de 11.800 hectares e estão localizadas no departamentos (estados) de San Pedro e Concépcion e, de acordo com a Senad, são altamente produtivas, com infraestrutura e maquinário de ponta para produção agrícola. Todos os bens estão sob tutela do Estado paraguaio.
Relembre a prisão em MT
Luis Carlos da Rocha, o "Cabeça Branca"
Após ser preso em Sorriso (400 Km ao Norte de Cuiabá), na primeira quinzena de julho de 2017, o bandido foi levado para o presídio de segurança máxima de Catanduvas, no Paraná, onde se encontra atualmente encarcerado, numa operação da Polícia Federal que pode virar roteiro de filme, pois apelos cinematográficos não faltam ao caso.
Cercada de sigilo, a ação levou um ano e seis meses sendo planejada por um grupo restrito de apenas oito policiais federais. Tanto zelo tinha motivo: por duas décadas, o criminoso viveu como um fantasma, procurado pela polícia brasileira e de vários outros países como o maior traficante de drogas da América Latina, e com o nome na difusão vermelha da Interpol. Uma fama no submundo do crime que só pode ser comparada à de outro notório bandido: o colombiano Pablo Escobar, morto na cidade de Medellín, na Colômbia, em 1993. 'Pablo Escobar do Brasil'
Agindo nas sombras, ao contrário de Escobar, que gostava dos holofotes, Cabeça Branca comandou por mais de duas décadas um esquema de tráfico internacional de drogas responsável por abastecer mensalmente com pelo menos cinco toneladas de cocaína, com alto grau de pureza, países na Europa, na África e nos Estados Unidos. No Brasil, seria o principal fomentador da guerra travada entre quadrilhas rivais de criminosos no Rio e em São Paulo, fornecendo cocaína mais barata e sem tanta pureza para bandidos ligados às maiores facções do país. Em mais de 20 anos de atividades no crime, a Polícia Federal estima que ele tenha reunido uma fortuna em bens que chegariam a pelo menos US$ 100 milhões (cerca de R$ 325 milhões) e movimentado uma cifra superior a R$ 1,2 bilhão. Valores que transformam Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, e Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, bandidos classificados como barões das drogas no continente, como criminosos pés-de-chinelo. Não há ninguém do nível de Cabeça Branca sendo procurado pela Polícia Federal no momento.Com tanto dinheiro e longe de aplicar aos concorrentes a violência empregada por outros traficantes, incluindo o colombiano retratado nas telas do cinema, Cabeça Branca acumulou respeito no crime. Um caminho que foi cimentado com muita discrição, diplomacia e com o pagamento de valorosas mesadas. Segundo policiais federais, o bandido espalhou corrupção comprando o silêncio daqueles que teriam o dever de detê-lo. A PF tem informações de que o traficante teria no bolso um punhado de políticos no Paraguai, incluindo na suspeita senadores e deputados; outros tantos no Brasil, em especial na região de fronteira com o Paraguai. Teria comprado ainda, com gordas propinas, servidores públicos estaduais e federais em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e São Paulo, além de supostamente pagarquela operação PF apreendeu 13 toneladas de cocaína pura Fazendas no ParaguaiA fazenda Edwiges fica na localidade de Cerro Memby, distrito de Yby Yau, em Concepción. O local conta com vários empreendimentos num raio de 700 de metros da porteira de acesso e está avaliada em 17,4 milhões de dólares, R$ 67,1 milhões. A fazenda Suiza fica na mesma região, nas imediações do Rio Aquidaban, e vale 16 milhões de dólares, total de R$ 61,7 milhões. Por sua vez a fazenda Lusipar fica na cidade de Tacuati, em San Pedro, e vale 34 milhões de dólares, R$ 131,2 milhões.
Prisão de Cabeça BrancaEm julho de 2017, a PF prendeu Cabeça Branca em Sorriso. Ele estava com 3 milhões de dólares. Desde então, como consequência, foram realizadas várias apreensões de bens como veículos, imóveis, aeronaves e outros objetos em Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Paraná e São Paulo. Ele foi condenado a 50 anos de prisão. De acordo com o Ministério Público Federal, o narcotraficante usava aviões para importar para o Brasil cocaína da Colômbia, Peru e Bolívia, usando o espaço aéreo venezuelano. Uma vez em território brasileiro, a droga era transportada por terra especialmente para São Paulo, de onde era despachada para a Europa e Estados Unidos.
OperaçãoEm novembro do ano passado, a PF deflagrou a Operação Sem Saída, quarta fases da Spectrum, tendo como pivô Cabeça Branca, com alvos no mato Grosso e no Paraná. A ação apreendeu aproximadamente R$ 500 milhões em patrimônio da organização criminosa. Dentre os bens apreendidos estavam 16 fazendas que somadas representam uma área de aproximadamente 40 mil hectares no Estado do Mato Grosso.
*Com informações do Midiamax.