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“Trambolho” do VLT inacabado caiu no colo de Mauro Mendes que precisa removê-lo para “destravar” mobilidade
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16/04/2019 - 08:39
vlt
Redação
Atravancando avenidas-troncos que ligam Cuiabá a Várzea Grande, como é o caso da Prainha e da FEB, além de enfeiar o visual urbano com escavações inúteis e trilhos abandonados, o que era para ser um modal moderno de transportes de massa entre as duas principais cidades da Região Metropolitana, o VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) se transformou em um “trambolho” a céu aberto.
Um monumento escarnecador ao desperdício de dinheiro público erigido pela incúria e ganância para roubar o dinheiro público da gestão de Silval Barbosa.
Nesse aspecto, cabe salientar que foi o próprio ex-governador quem confessou, em sua delação, ter recebido propinas de empresas interessadas na implantação do referido modal.
Além disso, o VLT inacabado tem sido alvo de seguidas reportagens na Imprensa nacional expondo a mazela, para vergonha da população mato-grossense.
Manter o “monstrengo” do jeito que está só aumenta essa exposição negativa da imagem do Estado. Se governantes do passado erraram ao optar por esse dispendioso modal não justifica que o erro seja perpetuado por aqueles que agora devem encarar a missão de removê-lo do cenário urbano.
Diante desse fato já consumado e se passando mais de quatro anos sem que nenhuma solução tivesse sido tomada para retirar os escombros do VLT, em boa hora o governador Mauro Mendes (DEM) admitiu ontem, pela primeira vez, que estuda a possibilidade de substituir o Veículo Leve sobre Trilhos por um outro modal de transporte.
A troca é analisada, segundo ele, especialmente em função do subsídio milionário que o Estado terá que arcar caso opte por manter a passagem de R$ 3,85, tal como praticada no transporte público da Capital.
A nosso ver, mais do que por isso, em nome do destravamento da mobilidade entre Cuiabá e Várzea Grande, o governador precisa, o mais urgente possível, determinar a retirada do “entulho” em que virou o VLT.
“Uma das alternativas que está sendo estudada nesse momento é converter o VLT para outro modal, fazer outra solução que possa ser mais barata e menos custosa, não só na sua implantação, quanto na sua operação”, disse.
“Estudos preliminares que vi mostram que, para manter a tarifa atual hoje de ônibus, além de o cidadão pagar R$ 3,85, o Estado teria que desembolsar em torno de R$ 60 milhões a R$ 80 milhões ao ano como subsídio para esse transporte coletivo”, acrescentou.
As declarações foram dadas durante entrevista ao Jornal do Meio Dia, da TV Record, nesta segunda-feira (15).
O governador disse ainda que o Estado não tem condições de arcar com esse montante, já que enfrenta dificuldades para honrar pagamentos básicos, como seus fornecedores, por exemplo.
“Como vou dizer que tem dinheiro para inventar uma despesa nova para fazer um subsídio para um transporte coletivo na cidade de Cuiabá? O Governo é dos cuiabanos, dos várzea-grandenses, mas tem que olhar para todo o Estado, incluindo aí os demais 139 municípios que não seriam atingidos pelo VLT”, justificou.
Mendes citou ainda o exemplo do VLT do Rio de Janeiro, que se mostra inviável e que está com operação “em risco”.
“Temos visto estados como o Rio que adotou o VLT e corre o risco de parar porque a Prefeitura não está aguentando arcar com o subsídio e está faltando passageiro no VLT. Se no Rio falta passageiro, imagina aqui em Cuiabá”, comparou.
Ainda durante a entrevista, Mendes reiterou que, conforme dito em sua campanha eleitoral apresentará ainda neste ano uma solução para a obra.
“Pedimos, no período eleitoral, um prazo de até um ano para estudarmos com profundidade esse assunto. Não é uma solução simples. Mato Grosso precisa de quase R$ 1 bilhão para terminar essa obra. Temos hoje quase 500 obras paralisadas em todo Estado, por falta de pagamento. Teremos que adotar algumas prioridades”, disse.
“Estamos também entendendo o imbróglio jurídico que foi criado. Existem três ações na justiça contra o consórcio. Estamos fazendo reuniões nesse sentido e iremos apresentar solução para esse problema”, concluiu.