Coronel Zaqueu incrimina os primos Pedro e Paulo Taques de tê-lo "usado" no caso da “grampolândia pantaneira”
Coronel Zaqueu incrimina os primos Pedro e Paulo Taques de tê-lo "usado" no caso da “grampolândia pantaneira”
|
16/07/2019 - 19:28
zaqueu
Redação
O ex-governador Pedro Taques (PSDB), o primo deste, advogado Paulo Taques e setores do Ministério Público Estadual (MPE) foram acusados pelo ex-comandante-geral da Polícia Militar, coronel Zaqueu Barbosa, réu no caso das escutas clandestinas, em seu reinterrogatório nesta terça-feira (16), de ter sido “usado” pelo grupo no esquema conhecido como “Grampolândia Pantaneira”Ele alegou ter se envolvido de boa fé. Alegando estar arrependido, Zaqueu, em depoimento à Justiça, afirmou que aceitou criar um esquema de escutas clandestinas – proposto, inicialmente, segundo ele, pelos primos Taques ainda na fase da campanha de 2014 que culminou com a eleição de Pedro Taques ao Governo do Estado – porque estava imbuido das melhores intenções.“Meu interesse era ‘purificar’ a Polícia Militar, investigando desvios de condutas de colegas”, afirmou o oficial. Prosseguindo, disse que com o governo Pedro Taques, sua intenção era “criar uma nova era dentro do Estado, um Estado mais justo, um Estado mais sério, mais honesto. Eu ia embora para a reserva e ia deixar a instituição muito mais purificada para quem viesse assumir a instituição", disse.O ex-comandante-geral da PM disse que “na época o senhor Pedro Taques se valeu disso, porque tinha interesse político. E entendo eu que valeu-se disso também parte do MPE, porque a Janaina Riva foi ouvida lá”, explicou.A inclusão do nome da deputada é em função de que ela teria sido alvo de suposta escuta ilegal feita por promotores que teriam “grampeado” a parlamentar, filha do ex-deputado José Riva. Quanto aos “grampos” no celular de Janaina, segundo Zaqueu Barbosa, ele afirmou ter sido procurado pelo cabo Gerson Correa, que lhe disse que se tratava de um pedido do promotor Marco Aurélio de Castro, então chefe do Gaeco.A justificativa apresentada pelo cabo, sempre de acordo com o coronel, seria pelo fato que o MPE estava “monitorando José Riva para prendê-lo e não estavam conseguindo sucesso”. relatou.O coronel afirmou ainda que, em 2014, foi procurado em sua casa pelo então candidato Pedro Taques e seu primo Paulo, que lhe pediram para participar do esquema de escutas ilegais. E que esses encontros ocorreram durante a camapnhao e depois, em várias ocasiões e que ele tem como provar essas reuniões. “As visitas foram aos domingo terminando o período do [programa] Fantástico, ficava até meia noite, uma hora”.“É só pegar o histórico de chamada dos telefones, é só pegar as informações das ERBs [Estações de Rádio Base de celulares] e fazer o cruzamento. Do período, vão ver que, pelo telefone usado por Pedro e Paulo, eles estiveram na minha casa”, relatou.“Tem o número do escritório dele, das vezes em que eu liguei marcando. Aí é só pegar as ERBs e ver que eu estive lá”, desafia.