Cabo da PM que já prestou serviços ao MPE acusa Gaeco e promotores de terem feito escutas ilegais

Cabo da PM que já prestou serviços ao MPE acusa Gaeco e promotores de terem feito escutas ilegais cabi gerson 5
RedaçãoDe todos os depoimentos prestados à 11ª Vara Militar de Cuiabá pelos policiais militares envolvidos na “Grampolândia Pantaneira”, o mais “explosivo”, pelo conteúdo de suas revelações, é do cabo da Polícia Militar, Gerson Correa por ter trazido à tona detalhes onde acusa a particIpação de promotores do Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco), órgão do Ministério Público Estadual (MPE), em “grampos” telefônicos no esquema  conhecido como “barriga de aluguel”.   Por esse método, ligações telefônicas teriam sido interceptadas ilegalmente. Isso ocorre quando números  de telefones de pessoas que não são alvos de uma determinada investigação legal são inseridos, sem consentimento do juiz que autorizou as escutas, e passam a ser interceptados.A gravidade da acusação do cabo deriva do fato que antes da eclosão do escândalo das escutas clandestinas, em meados  de 2016, ele esteve,prestando seus serviçõs de técnico em áudio para o MPE, ou seja,  na operacionalização da aparelhagem que fazia as escutas. Portanto, trata-se de alguém que conhece “por dentro” os meandros desse tipo de investigação e, se verdadeira suas afirmações, compromete, e muito, a lisura do Gaeco, à época, na condução de diversas operações do gênero. Pelo fato que,  sempre de acordo com Gerson, vários desses “grampos” ocorriam sem autorização e conhecimento da Justiça. Pelo menos. 15 intercepatações ilegais foram realizadas pelo órgão. Afirmação nesse sentido é do cabo Gerson e foi prestada, durante o seu reinterrogatório, realizado na tarde desta quarta-feira (17), quando ele entregou uma série de documentos ao juiz Marcos Faleiros, que comprovam a acusação.   O cabo PM afirma que. no decurso das interceptações, promotores fizeram vazamentos seletivos de gravações para a imprensa com o objetivo de expor pessoas investigadas. O que, segundop ele, era feito “por divergência políticas e partidárias”.Declarou também que esses vazamentos atenderiam interesses políticos e eleitorais do ex-governador Pedro Taques e do primo deste, advogado Paulo Taques A primeira operação citada pelo cabo em que o esquema "barriga de aluguel" foi usado é a Metástase, deflagrada em 2015 para investigar denúncia de desvio de verbas na Assembleia Legislativa.De acordo com ele, houve desvios na investigação a mando dos promotores Marco Aurélio e Samuel Frungilo. Ele garante que na operação em questão foi usada a central de escutas montadas pela PM para interceptar a deputada estadual Janaina Riva (MDB). A intenção era averiguar se ela dava continuidade aos esquemas de corrupção comandados por seu pai, o ex-deputado José Riva.Além da parlamentar, outros membros da família Riva também foram grampeados na ocasião. “Foi feita pesquisa através de barriga de aluguel, pego uma decisão que nada tinha a ver com a Metástase e inseridos números da família Riva”, enfatizou.Outras Operações que teriam se utilizado de escutas clandestinas foram a Arqueiro e Ouro de Tolo. Segundo ele, o Gaeco interceptou diversos servidores da Secretaria de Trabalho e Assistência Social (setas) para chegar a então secretária Roseli Barbosa.Além disso, familiares da então secretária também foram grampeados no âmbito da mesma investigação. O cabo Gerson também cita a prática de “barriga de aluguel” em outras operações do Gaeco, tais como a Rêmora, Imperador, Aprendiz e Seven.