Janaina insisti com CPI para investigar MPE sobre suspeita de grampos ilegais, mas Botelho e Max Russi descartam proposta e dizem não ver necessidade
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31/07/2019 - 07:02
Redação
Apesar da deputada Janaina Riva (MDB) insistir que membros do Ministério Público Estadual (MPE) acusados por dois altos oficiais da PM e um cabo de terem feito grampos telefõnicos ilegais precisam ser investigados por uma CPI, os depuatdos Eduardo Botelho (Dem) e Max Russi (PSB), presidente e primeiro secretário da Assembleia Legislativa, respectivamente, entendem o contrário e descartam a proposta.Os dois parlamentares que comandam a Mesa Diretora da Casa acham que os procedimentos internos de apuração adotados pelo MPE estão sendo “bem conduzidos” e são suficientes para esclarecer o caso denominado de “Grampolândia Pantaneira”- um esquema de escutas clandestinas que começou ainda na campanha que elegeu o ex-governador Pedro Taques (PSDB), em 2014, montado para bisbilhotar conversas de adversários do político e teria contado com a complacência e até a suposta participação de alguns integrantes do Gaeco, braço armado e de investigação do MPE.
A revelação de que setores do Ministério Público fizeram parte do esquema é de três policiais militares que hoje são réus em ação penal sobre os grampos. Quanto à divergência de posições referentes a atuação da AL na apuração do caso, colocando de um lado Janaina Riva e de outro, seus dois colegas deputados, a diferença entre eles ficou mais evidente nesta semana. Nesse sentido, acompanhado do primeiro-secretário, deputado Max Russi (PSB) e do procurador-geral da Assembleia Legislativa, Grhegory Maia, o presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), deputado Eduardo Botelho (DEM), visitou o chefe do Ministério Público do Estado - MPE, procurador-geral de Justiça José Antônio Borges Pereira na manhã de segunda-feira (29). Botelho destacou a importância do encontro institucional, momento em que conversaram sobre a condução do MPE e suas necessidades para atender a demanda de Mato Grosso.Na semana passada, o procurador-geral participou da reunião do Colégio de Líderes, onde explicou aos deputados sobre a auditoria que será feita para averiguar possíveis irregularidades no sistema de interceptação telefônica em decorrência do escândalo da Grampolândia Pantaneira. “É uma visita institucional da presidência e da primeira-secretaria. Viemos aqui primeiro discutir as necessidades do Ministério Público, a necessidade de novos promotores, de novas comarcas e também a questão do grampo e da CPI. Então, viemos conversar também sobre isso e ver o que está sendo feito. O procurador-geral nos mostrou todos os procedimentos que estão sendo adotados. Entendemos que está sendo conduzido de forma perfeita. Estamos acreditando plenamente no trabalho do procurador e do coordenador do Naco e que tenham isenção para fazer o trabalho que dê melhor resultado à toda sociedade”, afirmou Botelho. Da mesma forma, Borges Pereira destacou a visita. “Primeiramente o presidente da Assembleia ainda estava me devendo uma visita institucional desde que tomei posse e, hoje, gentilmente veio aqui. Tratamos de vários assuntos, inclusive sobre a reforma tributária que foi feita. Elogiamos o trabalho da Assembleia tão importante nesse momento”, ressaltou o procurador-geral.Para ele, é importante essa aproximação entre os poderes. Sobre a questão da ‘grampolândia’, garantiu uma auditoria para investigar os fatos. A autoria depende da contratação de empresa especializada, que deverá demorar de 20 a 30 dias para começar o serviço. “De qualquer forma, o Ministério Público passa pela transparência de suas medidas, e isso será devidamente esclarecido. As medidas estão sendo tomadas, seja através do doutor Domingos Sávio, do Naco, seja através da nossa Corregedoria e eu na qualidade de procurador-geral. Vamos fazer aqui uma auditoria externa no nosso guardião, que é o sistema de interceptação telefônica com ordem judicial. Vamos dar os devidos esclarecimentos se houve ou não qualquer tipo de envolvimento aqui dentro do Ministério Público relacionado a isso. A visita foi muito cortês, junto com o deputado Max Russi”, disse o chefe do MPE. Também participaram da reunião: o secretário-geral do MPE, Milton Matos; o sub-procurador-geral de Justiça, Deusdete Cruz e o procurador de Justiça, Domingos Sávio.