SINAL DAS URNAS? Derrota acachapante de Macri na Argentina repercute no Brasil, por se tratar de candidato que recebeu apoio "ideológico" de Bolsonaro
SINAL DAS URNAS? Derrota acachapante de Macri na Argentina repercute no Brasil, por se tratar de candidato que recebeu apoio "ideológico" de Bolsonaro
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12/08/2019 - 12:36
Redação
O nome do presidente da Argentina, Mauricio Macri, é o termo mais utilizado no Twitter brasileiro na manhã desta segunda-feira, 12, após o atual mandatário do país vizinho ser derrotado nas eleições primárias com larga diferença para o candidato peronista Alberto Fernández, que tem como companheira de chapa a ex-presidente Cristina Kirchner.
As primárias argentinas são consideradas uma prévia da eleição, que ocorrerá no dia 27 de outubro. Algumas autoridades locais se manifestaram sobre o assunto.
O secretário-geral da Associação Bancária argentina, Sergio Omar Palazzo, afirmou que "Macri não resolveu nenhum problema desde que tomou posse, apenas agravou todos os existentes". Palazzo também disse, se antecipando à abertura do mercado argentino, esperar que nesta segunda não aconteça nada de ruim nos mercados, mas que "se algo acontecer, a responsabilidade será do governo que está aí desde 2015".
O presidente da Confederação Palestina Latinoamericana e do Caribe, Rafael Masry, compartilhou vídeo de uma rua de Buenos Aires com uma multidão celebrando a vitória do peronismo e entoando gritos de "Argentina!". Ele também disse que "apenas por curiosidade, adoraria ver a cara de Bolsonaro, Trump e Lagarde quando se depararam com a surra eleitoral de Macri".
No Brasil, o deputado federal brasileiro José Guimarães (PT-CE) comentou que o presidente Jair Bolsonaro ajudou a construir a derrota de Macri. O candidato derrotado à Presidência nas eleições brasileiras do ano passado, Fernando Haddad (PT-SP), foi na mesma linha e afirmou que Macri jamais poderia ter se aproximado de Bolsonaro porque o presidente brasileiro desdenha da ditadura militar.
"Um insulto à memória que lá não se aceita como aqui", comentou. Na Espanha, a deputada do Podemos, Ione Belarra, classificou a vitória da chapa Fernández-Kirchner como "boníssima notícia".
"O governo neoliberal de Macri estendeu o sofrimento e a falta de direitos, agora volta a oportunidade de recuperar a Argentina para o seu povo." Alguns internautas também comentam, na rede social, o "esmagamento" dos títulos públicos argentinos após o resultado das primárias.
"Vitória de Kirchner retorna com o fantasma do calote da dívida", comentam. O economista britânico Daniel Lacalle, afirmou que a política "neo-keynesiana" do kirchnerismo, que causou "o desastre do populismo, imprimindo pesos como se não houvesse amanhã, mais o gasto massivo do governo, criaram a crise econômica".
Já outro internauta disse que falta agora a derrota de Trump" na disputa nos EUA e que pode ser o "prenúncio no Brasil do que ocorrerá nas eleições de 2020 e, principalmente, na de 2022", avalia.
(Com Agência Estado)