DESVIOS NA EDUCAÇÃO: Delegado diz que ex-adjunto da Seduc vai responder a 28 ações por peculato
DESVIOS NA EDUCAÇÃO: Delegado diz que ex-adjunto da Seduc vai responder a 28 ações por peculato
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19/08/2019 - 14:18
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RedaçãoO delegado Luiz Henrique Damasceno, que coordena a Operação Fake Delivery, deflagrada nesta segunda-feira (19) pela Delegacia Especializada em Crimes Fazendários e Administração Pública (Defaz), afirma que o material didático que deveria ser entregue para escolas índigenas pela Secretaria Estadual de Educação (Seduc), no final de gestão do ex-governador Silval Barbosa, não chegou ao destino e, por enquanto, não se sabe onde foI parar as aquisições. “Dos 850 mil reais que foram entregues, boa parte chegou a ter data de validade vencida por ausência de logística para entregar. Então a aquisição foi feita às pressas, na transição do governo. Do montante total, boa parte não foi estocado onde deveria ser e até hoje ninguém sabe onde foi parar”, disse o delegado. “Inclusive, o coordenador da Seduc da área indígena (que é índio), disse que não foi consultado à época para saber se era necessária aquela quantidade de material e como é que seria distribuído”, complementou.Em função dos desvios, foi preso na manhã de hoje, em opoeração da Defaz, Francisvaldo Pereira de Assunção, ex-secretário-adjunro da Seduc à época em que a atual deputada federal Rosa Neide (PT) era titular da pasta. A operação também culminou com buscas na residência da deputada, em Cuiabá.O recebimento das mercadorias diretamente pelo investigado Francisvaldo Pereira de Assunção, sem a identificação de entrega no setor de patrimônio, foi ratificado por provas testemunhais e documentais.Na investigação, há ainda outro indicativo de que os materiais foram adquiridos já com o propósito criminoso de desviar o patrimônio público em benefício particular, vez que o próprio responsável pela Coordenadoria de Educação Escolar Indígena (2010/2016) declarou que não lhe foi solicitado qualquer tipo de informação.A Polícia Civil destaca que Francisvaldo Pereira de Assunção atualmente está cedido à Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso, mas não há indicativo de participação de qualquer deputado estadual na investigação em andamento.A apuração dos desdobramentos será concluída em autos complementares, com a finalização do inquérito policial em relação ao investigado preso preventivamente, que já responde a um processo por peculato tentado.PrisãoFrancisvaldo foi preso nesta manhã no posto Gil, em Diamantino, com o apoio da Polícia Rodoviária Federal (PRF), quando estava indo para Nortelândia levar o pai. O delegado Luiz Henrique Damasceno informa que operação está na primeira fase e poderá ter outros desdobramentos. “A única coisa que a gente tem certeza é que foram desviados 1,134 milhão de reais em materiais escolares , para onde foi esse dinheiro, só o Francisvaldo pode dizer. O que sabemos com certeza é que Franscivaldo recebeu as notas e não mandou para o local devido”, disse o delegado. Ou seja, o material no valor de R$ 1,34 milhão não foi entregue e nem levado para o estoque da Seduc. E existe prova documental e testemunhal disso. “A responsável pelo departamento de estoque da Seduc apresentou toda a documentação de que esse material não foi entregue lá e a gente foi buscar as outras documentações que demonstravam o recebimento pelo Francisvaldo de 28 notas”.De acordo com o delegado, Francisvaldo vai responder a 28 ações de peculato, correspondentes a cada uma das 28 notas fiscais atestadas por ele.