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QUEIMOU A LÍNGUA: Entenda como Bolsonaro “torrou” sua popularidade com as queimadas em MT e na Amazônia
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26/08/2019 - 07:21
BOLSONARODOIDO
Análise da Redação
A equipe do Página Unica faz uma série de avaliações apontando que não apenas fatores climáticos, como a seca prolongada, fogo incidental, causado por raios ou ateado de forma não intencional, está incinerando vastas áreas da Amazônia e gerando protestos e comoção no Brasil e no exterior – fato que “torrou” também em pouco mais de 6 meses de governo a popularidade e o capital político do capitão Jair Bolsonaro.
O fogaréu também “queimou” a língua (ele sofre de "incontinência verbal", já observaram) e a imagem de “mito” com a qual o presidente da República vinha sendo endeusado por imensas levas de seguidores, cuja expresssão já não é usada pelos “bolsonaristas” com a intensidade dos primeiros meses de sua gestão, pontuada de falas equivocadas, muitas vezes confusas e disparatadas do mandatário.
Além de decisões sobre as quais ele, com uma incidência preocupante, costuma recuar e volta atrás. Como a da insistência de transferir a sede da embaixada do Brasil em Israel, de Tel Aviv, Capital daquele país, para Jerusalém – um território da Cisjordânia ocupado pelos judeus.
Essa “promessa” de mudar o domicílio da representação diplomática brasileira trata-se de um absurdo em função que não estava – e não está - sequer na pauta de nenhuma exigência de Israel para estreitar relações com o Brasil.
Citamos esse caso como um dos muitos exemplos de disparates promovidos pelo governo Bolsonaro e que se soma à retórica fortemente antiambientalista que ele vinha pregando em sua campanha e que deu sequência já como presidente, com o desmonte de órgãos de fiscalização e proteção ao Meio Ambiente, além de desacreditar e desmoralizar dados coletados pelo Inpe – uma instituição científica brasileira respeitada mundialmente – e que apontava o aumento galopante dos desmatamentos ilegais na Região Amazônica.
Os desmates fazem parte de um “primeiro passo” para provocar queimadas por grileiros e outros invasores que se aproveitam da derrubada e retirada das toras maiores para abastecer serrarias clandestinas e, na sequência, “limpar” as áreas com fogo, que nem sempre é controlado e se alastra – conforme se verifica.
Bolsonaro, evidentemente, não foi na Amazônia e, pessoalmente, ateou fogo nas matas, mas a sua raiva (talvez, nem Freud explique!) contra políticas preservacionistas serviu de combustível para que setores irresponsáveis, embora minoritários, da sociedade interpretassem o seu discurso como uma espécie de sinal verde para avançar com as extrações ilegais de madeiras e invasão de áreas.
Depois da tragédia de dimensões globais que esse desastre ambiental induzido causou, e as inúmeras manifestações de protestos contra a insanidade agressiva a uma agenda pró-natureza, que incluiu até panelaços ruidosos no momento que o presidente falava em rede nacional de rádio e TV para tentar explicar as providências tardias que estava tomando diante do cáos , foi quando Jair Bolsonaro, na última semana “suavizou” a retórica antiambiental, tomou medidas como encaminhar efetivos das Forças Armadas para ajudar Estados amazônicos no combate aos focos de incêndio, e assumiu um vies de defensor repentino do meio ambiente.
É agora o “lobo em pele de cordeiro...”.
Na defensiva e acuado, Jair Bolsonaro tentou achar “culpados” para os sinistros em alta escala, e passou a acusar entidades que se dedicam à causa de defesa da natureza de terem integrantes participando dos incêndios criminosos.
De resto, como tantas outras acusações que ele já fez, e faz, sem nenhuma prova sobre a suposta ação dessas organizações nas queimadas.
Também, na qual denonstrou ignorância ou má fé, ao afirmar que a Imprensa escrita (jornais e revistas) era igualmente responsável pelos desmatamentos, tendo em vista que consome papel em sua impressão e cuja matéria-prima são árvores.
Deixou de citar que a madeira usada para fabricar celulose, que tem uma infinidade de aplicação que não apenas para papel de imprensa, é extraída de áreas plantadas (e não nativas) com madeira branca e cuja extração não prejudica a biodiversidade. mas gera empregos e renda ao país..
Outra “desculpa” usada como evasiva pelo presidente é de que queimadas sempre existiram na Amazônia. É fato!. Ms ele se esquece de informar que jamais aconteceram nas proporções atuais.
Ele também alega que na Europa e em outras partes do mundo, ocorrem incêndios. Também é verdade!
Apenas com a diferença que são acidentes não estimulados por chefes de Estado que nutrem ódio e fazem constantes ataques a movimentos e iniciativas ambientalistas, nesses países e ao redor do mundo!