“PIZZA NO FORNO”? Janaina critica ministro do STJ que retirou de desembargador condução de ações que envolvem juizes e promotores na “Grampolândia Pantaneira”
“PIZZA NO FORNO”? Janaina critica ministro do STJ que retirou de desembargador condução de ações que envolvem juizes e promotores na “Grampolândia Pantaneira”
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28/08/2019 - 10:58
janainariva11
Redação
A decisão do ministro Mauro Campbell Marques, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que anulou esta semana inquéritos da Grampolândia Pantaneira contra juizes e promotores que vinham sendo conduzidos pelo desembargador Orlando Perri (TJMT), foi duramente criticada pela deputada Janaina Riva (MDB), na manhã desta quarta-feira (28).
“Decepciona, sim a atitude de Campbel. Ele ficou lá sentado em cima do processo, dois anos nas investigações dos grampos, eledeveria ser também investigado pelo CNJ. É claro que a gente fica triste com a posição do ministro Campbell. Aliás, desde o começo ele tentou atrapalhar a investigação dos grampos, enquanto esteve com ele sequer a investigação andou”, afirmou a deputada, em entrevista ao Jornal da Rádio Capital FM.
Com relação à postura do desembargador Perri, a parlamentar disse que “ele é muito aguerrido, lutou para que esta investigação voltasse para o Estado de Mato Grosso. Até porque ele sabia que a repercussão maior se daria aqui dentro do Estado. Estima-se que 70 mil pessoas foram grampeadas” .
Na decisão em que retirou a condução dos processos das mãos do desembargadior do TJMT. o ministro Campbell encaminhou os inquéritos para a Corregedoria Geral de Justiça, no caso que investiga juízes, e para a Procuradoria Geral de Justiça, nas investigações contra promotores.
As investigações que apuram as escutas ilegais estão sob a relatoria do desembargador Orlando Perri desde 12 de março de 2019.
Ate a decisão de Campbell, as investigações vinham sendo realizadas por uma força-tarefa da Polícia Civil - comandada pelas delegadas Jannira Laranjeira e Luciana Canaverde, sob a supervisão do magistrado.
Janaina, na entrevista, combateu o que considera corporativisnmo entre Poderes que leva a que membros de deternminadas instituições só podem ser julgados por colegas. Ela defendeu, nesse sentido, mudanças na legislação, visando dar mais transparência nesses julgamentos.
E compara: “Enquanto não deveria deputado votar a soltura de deputado, também não poderia os membros do Ministério Público, só eles se investigarem ou se denunciar. Eu tenho certeza que é claro que vai falar mais alto essa questão do corporativismo, como também na Assembleia”, afirmou, ressalvando que confia nos promotores que atuam no MP.
“É claro que confio nos promotores, mas é frustrante saber que a lei não é igual para todos. Você vê uma investigação como essa, tão séria, que causou um impacto tão grande na vida de tantos mato-grossenses ser tratada dessa forma. Parece que vai mesmo virar em pizza”, argumentou.
OUTRO LADO
A retirada dos processos das mãos de Orlando Perri, por outro lado, causou repercussão imediata no Ministério Público Estadual (MPE)
Como consequência disso, o procurador-geral de Justiça (PGJ), José Antônio Borges, informou a jornalistas que aproveitará o máximo de documentos e informações que estavam nos autos dos processos que apuravam a participação de membros do MPE no esquema de interceptações telefônicas.
"Nós estamos tranquilo com o reestabelecimento da competência para investigarmos possíveis infrações cometidas por promotores de Justiça. Não vamos descartar o que já foi feito até o momento", disse Borges.