"MILAGRE DA MULTIPLICAÇÃO DE CARGOS”: Deputado Dilmar Dal Bosco é acusado pelo MPE de contratar enfermeira como “assessora de informática” na AL no período que ela trabalhava em Sinop

MPE
REDAÇÃO O que leva ser comparado a um “verdadeiro milagre” de multiplicação de cargos, em horários e períodos inconciliáveis, além da longa distância a ser percorrida para dar expediente nas funcões, é o que pode estar envolvendo o deputado Dilma Dal Bosco e uma enfermeira, que reside e é funcionária pública da prefeitura de Sinop – uma das principáis bases eleitorais do parlamentar. Entenda o caso:   O Ministério Público Estadual fez a denúncia e o juiz da Vara de Ação Civil Pública e Ação Popular do Tribunal de Justiça (TJ-MT), Bruno D’ Oliveira Marques, acatou ação contra o deputado estadual Dilmar Dal Bosco (Dem) referente à contratação como “assessora de informática” da enfermeira Lucineth Cyles Evangelista, acusada de ter sido “servidora fantasma” na Assembleia Legislativa de Mato Grosso pelo menos até o ano de 2015. Nos autos, o MPE pede a devolução de R$ 266.136,26 mil aos cofres públicos em razão da suposta fraude. A decisão é do último dia 5. “Cite-se os requeridos para, no prazo legal, apresentar contestação. Após o decurso do prazo para tal desiderato, certifique-se o necessário e, em seguida, dê-se vista aos autores para, no prazo de 15 dias, impugná-la. Proceda-se com a intimação pessoal do Estado de Mato Grosso, na pessoa de seu Procurador, para que, no prazo de 15 dias, se manifeste sobre a ação e, querendo, pratique os atos que lhes são facultados”, determinou o juiz.Consta da denuncia a existência de incompatibilidade de prazo para o exercício da função de assessora de informática da Assembleia com outro cargo de destinação diferente e no mesmo período, o de enfermeira na Secretaria Municipal de Agricultura de Sinop (501 KM de Cuiabá). Ocorre que à época quando Lucineth Cyles Evangelista já era enfermeira da prefeitura de Sinop, conforme a denúncia, ela foi nomeada para o cargo em comissão de assessora parlamentar do deputado estadual Dilmar Dal Bosco, onde atuou de março de 2011 a junho de 2015. “A Assembleia Legislativa foi o ente público lesado com o dispêndio de pagamento sem a devida prestação de serviço, uma vez que no período investigado a requerida sempre manteve residência fixa no município de Sinop, inclusive, com vínculo efetivo firmado com o respectivo município”, diz trecho da denúncia.Caso os fatos sejam confirmados, Dilmar Dal Bosco pode ter os direitos políticos suspensos, perder o cargo de deputado estadual, além de ser obrigado ao pagamento de multa. Já a enfermeira Lucineth Cyles Evangelista está sujeita a exoneração, multa e suspensão dos direitos políticos.