CARNE FRACA: Empresa do ex-senador Cidinho atuava como “laranja” em MT de grande grupo para repassar propinas a fiscais

CARNE FRACA: Empresa do ex-senador Cidinho atuava como “laranja” em MT de grande grupo para repassar propinas a fiscais CIDINHO
REDAÇÃO   Investigações do Ministério Público Federal (MPF) e da Polícia Federal (PF), que desencadearam na manhã de hoje (1), a quarta fase da Operação “Carne Fraca”, donominada Romanos, revelam que uma empresa ligada ao ex-senador por Mato Grosso, Cidinho Santos, a União Avícola, localizada no médio-norte mato-grossense teria feito parte de um esquema para lavagem de dinheiro destinado a subornos de agentes públicos..De acordo com a denúncia, o frigorífico do ex-senador atuava como espécie de “laranja” de uma gigante do setor de alimentos,  a BRF, através de contratos fictícios cuja principal finalidade seria “legalizar” o caixa da empresa de avicultura para entrada de dinheiro que era repassado para pagar propinas a fiscais agropecuários. Cidinho dos Santos nega acusações feitas pelos procuradoresCARNE FRACA 4Nesta operação a PF investiga pagamentos de R$ 19 milhões para ao menos 60 auditores fiscais agropecuários feitos pela empresa BRF.Esses valores eram pagos em espécie, por meio do custeio de planos de saúde e até mesmo por contratos fictícios firmados com pessoas jurídicas que representavam o interesse dos fiscais. De acordo com o Ministério Público Federal, os fiscais tinham seus planos de saúde, assim como de seus dependentes, custeados pela companhia.Nas planilhas internas, para burlar a fiscalização, constavam como aposentados. Segundo o delegado Mauricio Moscardi Grillo, a investigação foi possível em razão da colaboração espontânea feita pela empresa BRF, com unidades espalhadas pelo Brasil, inclusive Mato Grosso.A empresa teria fornecido documentos e informações que estão ajudando a PF nas investigações. De acordo com o delegado, após as mudanças no comando da empresa realizados após a deflagração da 3ª fase da operação, em março de 2018, foi realizado um esforço de recuperação de provas do pagamento de vantagens indevidas em plantas da companhia.— O grupo BRF teve que fazer um resgate de muita coisa e, dentro desse material probatorio, demonstra que fazia pagamentos aos fiscais — disse Grillo.O delegado destacou que a empresa não é investigada.— A empresa não vai ser investigada mas pessoas envolvidas com a empresa na época dos fatos, executivos que atuaram nesse direiconamento, sim — afirmou.Policiais federais também cumpriram mandados de busca e apreensão na empresa União Avicola, ligada ao ex-senador Cidinho Santos.De acordo com Grillo, a BRF firmou um convênio com a empresa, que realizava os pagamentos aos fiscais e depois acertava as contas com o grupo BRF. Segundo as informações, o ex-servidor do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Davy Marcelo de Matos Gregório, seria o fiscal que teria recebido propina do frigorífico ligado a Cidinho.Atualmente, o ex-servidor do Mapa trabalha na BRF. A 4ª fase da operação foi batizada de "Romanos", e faz referências a passagens bíblicas do Livro de Romanos, que abordam temas como confissão e justiça.Nesta etapa da operação, estão sendo cumpridos 68 mandados de busca e apreensão em nove estados : Paraná, São Paulo, Santa Catarina, Goiás, Mato Grosso, Pará, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Rio de Janeiro.As práticas ilegais teriam ocorrido até 2017 e foram interrompidas depois que a BRF passou por uma reestruturação interna.Cerca de 280 policiais foram destacados para cumprir os mandados expedidos pela 1ª Vara Federal de Ponta Grossa, nos Campos Gerais do Paraná.