ARRUMOU PRA CABEÇA: Delegada de carreira perde emprego de alto salário por se envolver com “bugigangas pirateadas”
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14/10/2019 - 22:54
RedaçãoAcusada de improbidade administrativa por se envolver em tentativa de “legalizar” origem de material ´pirateado” apreendido junto a camelô, a delegada da Polícia Civil Anaíde Barros, titular da Delegacia Especializada do Adolescente (DEA), teve a sua demissão imediata do cargo ordenada pela Justiça. Ela também foi condenada a pagar multa civil de R$ 71.615,44, além da perda do cargo.Salário polpudoA demissão do cargo, caso não seja revertida pela delegada nos recursos que ela, por certo, deverá interpor, implica em deixar uma carreira que em Mato Grosso paga um dos melhores salários para a categoria em todo o país e que chega a ser o triplo do que recebe um delegado de polícia em início de carreira no Estado de São Paulo, o mais rico da federação.A intimação para cumprimento da decisão, que já havia sido proferida pela Primeira Câmara de Direito Público e Coletivo do Tribunal de Justiça, em 06 de maio de 2014, é do juiz Francisco Rogério Barros, da Primeira Vara Especializada da Fazenda Pública de Rondonópolis, a 218 km de Cuiabá.ENTENDA O CASOConforme o Ministério Público, no dia 7 de dezembro de 2005, Anaíde valeu-se da autoridade que lhe foi conferida em razão do cargo público, para praticar ato ilegal e arbitrário.Na ocasião, segundo o MPE, foram apreendidos por uma equipe policial em duas bancas localizadas no Shopping Popular daquela cidade, um total de 1.349 CD’s e 1.358 DVD’s, respectivamente, e bolsas de marcas de grifes pirateadas. O material foi tido como de origem “pirata”, sendo apreendido, catalogado e encaminhado para a Unidade Regional de Criminalística de Rondonópolis para que fosse realizada a perícia técnica a fim de verificar a originalidade da mercadoria.De acordo com relatos de testemunhas, Anaíde estava de plantão e foi procurada por Nivaldo Duque dos Santos, dono de uma das bancas onde os policiais haviam apreendido materiais.Eles conversaram por horas e Anaíde teria orientado Nivaldo a comprar material semelhante ao apreendido, mas original.Nivaldo comprou o material e entregou a Anaíde, que compareceu pessoalmente na Gerência de Criminalística de Rondonópolis e efetuou a troca de material, fato que constou no respectivo ofício de encaminhamento.