Mauro Mendes cita o outrora“Vale dos Esquecidos” em MT e assume defesa de rodovia que corta reserva indígena

RedaçãoDurante evento na cidade de Gurupi (TO) nesta sexta-feira, o governador Mauro Mendes defendeu a integração rodoviária da região Araguaia, em Mato Grosso, com Tocantins, através da rodovia Transbananal  - com trecho que é alvo de polêmica e questionamentos por cortar terras indígenas.Na parte que toca ao território mato-grossense, a região Araguaia também é conhecida como “Vale dos Esquecidos” em função do abandono em que a área ficou relegada durante muitos anos, motivo pelo qual o governador se posiciona favorável à construção da estrada.Entre prós e contras envolvendo ambientalistas e indigínistas, de um lado, que defendem um trajeto mais longo para a rodovia, contornando as aldeias, e produtores, de outro, pesa a favor dessa ligação rodoviária o fato que a mesma servirá aos próprios índios aldeados na região e já aculturados, ou seja, que mantêm intercâmbio com a sociedade em seu entorno."Estamos aqui porque no meu estado durante muitos anos o Araguaia foi conhecido como o 'vale dos esquecidos'. Há poucos anos a agricultura começou a chegar ali e hoje o Araguaia é conhecido no nosso estado como 'vale das grandes oportunidades'", afirmou. “Com a Transbananal, Mato Grosso e Tocantins podem se tornar uma das economias mais fortes do país por meio da indústria e da agroindústria”, avaliou.  Quanto ao impasse com os setores que são contra o  trajeto da estrada em  reserva indígena, Mendes defendeu o diálogo."É claro, vamos dialogar, vamos fazer corretamente, vamos trazer riqueza para eles [índios] também. Vamos melhorar as condições de vida deles. Vai ter mais oportunidade, vai participar desse progresso, dessa riqueza", afirmou. "Nós estamos reféns da burocracia e de meia dúzia de pessoas que jogam contra o nosso país em nome de defender interesses que não são nossos." Como exemplo,  cita o caso da etnia Parecis, na região de Sapezal em Mato Grosso, atribuindo a eles um modelo de sucesso na inclusão das  tribos no sistema produtivo, em benefício dos próprios índios, segundo o governador."Meus amigos, o que tem de errado? Mais de um milhão de hectares e eles estão utilizando apenas 10 mil. Ou seja, menos de 1%. O restante está tudo preservado. Índio compra caminhonete, compra alimentação, tem celular. A aldeia deles é totalmente preservada", finalizou.