ROLO SEM FIM: Denúncia de suposto conluio de grupo com Emanuel Pinheiro para cassar vereador leva a pedido para Gaeco investigar caso

ROLO SEM FIM:  Denúncia de suposto conluio de grupo com Emanuel Pinheiro para cassar vereador leva a pedido para Gaeco investigar caso emanuelpinheiro
Redação   Na manhã desta quarta-feira, dia 27, a Comissão de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara Municipal de Cuiabá recorreu ao Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco), órgão já bastante atarefado em apurações mais sérias e de maior interesse para a sociedade, para que investigue suposto crime cometido no bojo de um processo interno que apura quebra de decoro de um dos membros do Legislativo da Capital. Agora, acionado pelos vereadores, o Gaeco vai ter que gastar energia e recursos para investigar o imbróglio que supostamente envolve o prefeito e sua "base de apoio".   Os integrantes da Comissão protocolaram uma noticia-crime junto ao órgão ligado Ministério Público Estadual (MPE). A medida é reflexo de uma oitiva realizada na última terça-feira (27), no âmbito do processo que apura possível quebra de decoro parlamentar por parte de Abílio Junior, o qual está tramitando no Legislativo Cuiabano.   Conforme o vereador Toninho de Souza (PSDB), presidente da Comissão, o depoente trouxe fatos graves, os quais não têm ligação alguma com a investigação que esta em curso no Parlamento Municipal.   Por conta disso, o parlamentar e os demais membros do grupo, os vereadores Ricardo Saad (PSDB) e Vinicyus Hungueney (PP), optaram por levar tal informação ao Gaeco.   “Nós recebemos nesta terça, dia 16, em uma oitiva da Comissão de Ética uma depoente que trouxe acusações graves. Ao tomar conhecimento disso, fizemos o nosso papel de tomar o depoimento, mas diante da gravidade da denúncia feita por ela, nós tomamos a atitude, em Comissão, de tirar uma cópia da íntegra das oitivas e protocolar no Gaeco pedindo investigação. Como o que ela colocou não diz respeito a nossa comissão, nos estamos encaminhamos a quem e devido. Estamos fazendo o nosso dever de um agente publico de pedir providências, quando toma conhecimento de uma informação grave”, explicou Toninho.   De acordo com o social democrata, no início da investigação de possível quebra de decoro por parte do vereador Abílio, a Comissão definiu em ata, que todo o processo correria sob sigilo, sob pena de prejudicar o andamento do caso.   Diante disso, os membros do grupo afirmam que não podem externar o teor da denúncia feita pela depoente. “Nós temos uma normativa interna da Comissão no caso desta investigação que nos reserva o direito de não falar sobre o conteúdo, sob pena de prejudicar o processo que esta em andamento. Então, não podemos falar sobre o conteúdo que ela relatou, mas podemos dizer que são acusações graves e que nos estamos tomando as devidas cabíveis”, completou o social democrata.   O vereador Abílio, por sua vez, relatou tudo que foi exporto pela depoente junto a Comissão de Ética. Segundo ele, a testemunha afirmou durante o seu depoimento que foi pressionada pelo vereador Oseas Machado, autor do requerimento que deu origem ao processo de cassação.   Além disso, havia relatado que durante uma “festa” realizada na casa do vereador Juca do Guaraná (Avanate), um grupo de parlamentares estaria em conluio com o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) para cassar o seu mandato. A suposta negociação, inclusive, teria contado com apoio financeiro.   O fato fez com que Abílio ingressasse com um requerimento junto a Comissão de Constituição e Justiça do Parlamento Municipal, solicitando a suspensão das oitivas de seu processo que vem ocorrendo desde o início da semana.   Ele ainda alegou que tem tido o seu direito de defesa cerceado pelos membros da Comissão de Ética e pediu que a CCJ concedesse o prazo de 10 dias para que o grupo se posicionasse sobre tal acusação.   Antes de deliberarem sobre os pedidos de Abílio, os membros da CCJ notificaram a Comissão de Ética para que ela se manifestasse sobre o assunto dentro de um prazo de 24 horas. Diante disso, a decisão a cerca do requerimento apresentado por Abílio ocorrerá durante reunião extraordinária da Comissão, que será realizada na manhã de hoje, dia 28.   O processo que tramita no Legislativo contra o vereador Abílio é fruto de uma representação feita pelo ex-vereador Oseas Machado. A investigação vem sendo conduzida pela Comissão de Ética que, atualmente, encontra-se na fase de oitivas.   Nesta segunda e terça-feira, dias 25 e 26, foram colhidos os depoimentos das testemunhas de acusação. Já nesta quarta e quinta-feira, dias 27 e 28, os membros do grupo ouviram as testemunhas de defesa.   Após isso, caberá ao vereador Ricardo Saad, relator do processo, elaborar o relatório final das investigações.