Redação   Com sessão suspensa ontem à noite e previsão de retornar na próxima terça-feira, a expectativa que se vislumbra no julgamento da senadora Juíza Selma (Podemos), pelo  Tribunal Superior Eleitoral (TSE), é de não acatamento do recurso que ela interpôs contra a decisão do Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso (TRE-MT) que em abril deste ano cassou o seu mandato por omissão de despesas na ordem de R$ 1,2 milhão durante a pré-campanha e campanha de 2018, o que configura caixa 2 e abuso de poder econômico. Junto com Selma, também foram cassados, naquela ocasião, seus suplentes Gilberto Eglair Possamai e Clérie Fabiana Mendes.   A decisão de suspender a sessão é da presidente do TSE, Rosa Weber que alegou o adiantado da hora e a complexidade do proicesso em apreciação. . O parecer do representante da Procuradoria-Geral da República (PGR) junto ao Tribunal Superior Eleitoral, pedindo a cassação do mandato da senadora Selma Rosane de Arruda aponta as dificuldades que a juíza aposentada enfrenta no sentido de reverter na corte eleitoral do país a decisão do Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso que cassou o seu mandato.    Outro voto que pode pesar na decisão dos ministros do TSE que ainda faltam votar é do relator do recurso, mnistro Og Fernandes. Ele se posicionou pela perda de mandato da senadora e convocação de nova eleição para preenchimento da vaga.   Inclusive, já prevendo a possibilidade de ter confirmada pelo TSE a cassação do seu mandato, a senadora fez um discurso emocionado na tribuna do Senado nesta segunda-feira (2) no qual admitiu que pode perder o cargo.    "A gente pode até prever que o resultado não seja o resultado positivo, mas eu penso de qualquer forma que o resultado disso tudo é positivo. Qualquer resultado vai trazer uma mensagem positiva para todos nós", disse Selma,   A parlamentar negou que haja constrangimento por ser processada e afirmou acreditar em sua "luta" contra a corrupção.     A senadora teve o mandato cassado pelo TRE-MT por suspeita de receber caixa 2 no valor de R$ 1,2 milhão durante a campanha do ano passado. O caso  está sendo julgado pelo TSE.   A ex-procuradora-geral da República Raquel Dodge deu parecer pela cassação    "Ainda que eu saia, eu tenho certeza que todos os dias a minha oração vai ser dirigida a vocês e que vocês vão ter força, talvez mais ainda do que eu estando aqui, vocês vão ter muita força para lutar contra tudo isso", discursou Selma, com voz embargada, dirigindo-se aos senadores Styvenson Valentim (PODE-RN) e Eduardo Girão (PODE-CE).   No mês de abril, em entrevista ao Broadcast Político, a parlamentar admitiu que "errou" ao não ter declarado gastos feitos antes do período oficial de campanha, mas nega que a prática tenha sido ilegal. Ela argumenta que a legislação não a obrigaria a declarar gastos feitos antes de ser oficialmente candidata.   Defesa   A defesa da senadora afirma que o valor se refere a um empréstimo de feito junto ao seu suplente, Gilberto Possamai (PSL), que teria depositado a quantida na conta pessoal da ex-juíza em abril de 2018, e, portanto, o valor não seria doação de campanha nem caixa dois.