ENTENDA O JOGO: Muito “borburinho” e especulações infundadas dominam o cenário político na disputa por vaga ao Senado; separe o “fake” da realidade
ENTENDA O JOGO: Muito “borburinho” e especulações infundadas dominam o cenário político na disputa por vaga ao Senado; separe o “fake” da realidade
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31/01/2020 - 07:25
Por Mário Marques de Almeida
A eleição suplementar para uma vaga ao Senado em Mato Grosso, prevista para ocorrer no dia 26 de abril próximo, em função da cassação do mandato da senadora Selma Arruda (Podemos), além de atípica - por ocorrer fora do calendário eleitoral normal - também apresenta um quadro de muita indefinição, especulação e até de grandes doses de exagero quanto ao número de candidatos e partidos que se envolverão nessa disputa.
Nesse contexto de muito “borburinho” e pouca veracidade, alguns sites chegam a afirmar números disparatados de que até cerca de 30 nomes estariam se postando como possíveis postulantes – o que é um disparate sem nenhuma conexão da realidade política estadual.
Fora isso, permeia ainda, nos bastidores, que o pleito correria risco de sequer existir, caso o Supremo Tribunal Federal (STF) julgue, antes do dia 26 de abril, ações que tramitam naquela corte em que o PSD nacional, partido ao qual está filiado o ex-vice-governador Carlos Fávaro, candidato que ficou em terceiro lugar na disputa de 2018 e na qual se elegeram a senadora ora cassada e o senador Jayme Campos (Dem), pede que Fávaro passe a ocupar, até o final do mandato de Selma (daqui a 7 anos), a vaga aberta com decisão que cassou o mandato da juíza aposentada.
É uma questão de interpretação do que prevê a legislação eleitoral para casos como esse e compete ao STF – instância máxima da justiça brasileira – dar a palavra final. Ou seja, o sim ou não ao pedido do partido. O que, segundo fontes do PSD, ouvidas pelo Página Única, espera-se que aconteça neste mês de fevereiro.
Além dessa ação do PSD, tramita uma outra no Supremo, esta impetrada pelo Governo de Mato Grosso e na qual o Estado requer que seja dada posse a Carlos Fávaro no lugar de Selma Arruda, que ainda permanece como senadora, recebendo salários e com todas as prerrogativas do cargo.
Levando em consideração que o STF não acate os pedidos do PSD e do Governo do Estado em prol de Carlos Fávaro, o cenário mais provável com vistas a escolha do candidato/candidata à vaga ao Senado, deverá contar, ao final, no máximo, com quatro ou cinco disputantes, divididos no meio a meio entre forças que estão aliadas e dão sustentação política aos governos federal e estadual e aquelas outras que não fazem parte desse arco governista.
No resumo desse que está sendo um verdadeiro emaranhado político, esse “pelotão”, digamos assim, constituirá a chamada linha de frente com possibilidades concretas e equilibradas de disputar e vencer a eleição suplementar. Pode-se prever ainda que, nessa configuração não haverá a chamada “lavada” (derrota acachapantes) ou vitória retumbante – o pleito será renhido e disputado palmo a palmo.
Além desses nomes que não serão meros figurantes, pois passarão (se já não estão passando?) por muitas avaliações dos partidos e lideranças envolvidas nesse processo, pode se prever mais três ou quatro candidatos de siglas menores, que sempre aparecem nas eleições, tentando correr por fora, mas sem chances reais de ganhar.
O que não significa que não possam atrapalhar, tirando votos preciosos dos considerados favoritos de ambos os lados.
Mário Marques de Almeida é jornalista, obsercador político e diretor deste site e jornal