Denúncia de “rolos” e desvios da época em que era deputado leva à quebra de sigilo do conselheiro afastado Sérgio Ricardo
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06/02/2020 - 22:00
Redação
A ação remonta ao período que Sérgio Ricardo ainda era deputado estadual e não tinha assumido o cargo de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, do qual ele foi depois afastado no bojo da delação premiada do ex-governador Silval Barbosa.
O conselheiro afastado do Tribunal de Contas do Estado (TCE-MT), Sérgio Ricardo de Almeida, teve os sigilos telefônico e bancário quebrados numa nova ação penal que apura fraudes em licitações ocorridas na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (AL-MT). O esquema teria ocorrido entre os anos de 2007 e 2011, período em que se “revezou” no comando do Poder Legislativo ao lado do também ex-deputado estadual, José Riva.
Segundo informações, as quebras de sigilos foram solicitadas no âmbito de um inquérito policial, presidido pelo Ministério Público do Estado (MP-MT), que apura os crimes de fraude à licitação, além de peculato e lavagem de dinheiro. Empresários também estavam envolvidos no esquema.
Os pedidos pelas quebras dos sigilos foram autorizados pela juíza da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, Ana Cristina Silva Mendes. Os autos tramitam sob sigilo.
De acordo com o inquérito policial, as supostas fraudes nas licitações teriam o objetivo de dissimular e ocultar a origem de recursos em esquemas criminosos que envolveram políticos e empresários no Estado.
Em relação ao novo inquérito policial, a juíza da 7ª Vara Criminal determinou o envio de um ofício à Superintendência Regional da Polícia Federal em Mato Grosso, aos cuidados do delegado Wilson Rodrigues de Souza Filho. Ela pede que a autoridade policial envie a cópia de um relatório das informações obtidas com as quebras dos sigilos dos envolvidos no esquema de licitações fraudulentas.
O conselheiro foi afastado de suas funções no TCE-MT em janeiro de 2017 após a decisão do juiz Luis Aparecido Bortolussi, do TJ-MT, que aceitou a denúncia contra Sérgio Ricardo de Almeida. Ele é acusado de fazer parte de um esquema que revelou a "compra" de sua própria vaga no TCE-MT, por um valor que pode chegar a R$ 12 milhões.
Ele também foi afastado no âmbito da Operação Malebolge, junto com outros quatro conselheiros. Neste caso, os membros da corte de contas são acusados de receberem R$ 53 milhões do ex-governador Silval Barbosa para aprovarem suas contas e fazerem "vistas grossas" às irregularidades nas obras do MT Integrado e da Copa do Mundo.