Senador de MT decide se abre processo para cassar filho de Bolsonaro

  Senador de MT decide se abre processo para cassar filho de Bolsonaro jayme campos
Redação   Jaime Campos diz que encaminhará pedido para análise jurídica j  O senador Jayme Campos (DEM-MT) recebeu, nesta manhã, uma comitiva de parlamentares e líderes do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), da Rede Sustentabilidade (Rede) e do Partido dos Trabalhadores (PT) que apresentaram representação por quebra de decoro parlamentar contra o senador Flávio Bolsonaro (sem partido). Como presidente do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar do Senado Federal, cabe a Jayme analisar os fatos apontados na representação e oferecer um parecer sobre o caso.   Jayme destacou agir com lisura, transparência e sem açodamento. “Vou cumprir literalmente o que determina a lei, a Constituição Federal e o Regimento Interno do Senado oferecendo o direito da ampla defesa ao representado e recorrendo à advocacia geral da Casa, que é o órgão competente para subsidiar o andamento do processo”, disse.   PUBLICIDADE      Jayme também lembrou aos parlamentares e líderes dos partidos presentes à reunião sobre sua trajetória política. “Estou em meu sexto mandato, eleito pelo voto soberano do povo de Mato Grosso, então não tenho amarrações e não será agora que vou deixar de honrar o meu mandato”, afirmou.   Entre os argumentos, os parlamentes acusaram o senador Flávio Bolsonaro de possuir fortes e antigas ligações com a milícia no Rio de Janeiro. Também criticaram a postura do senador em postar, ontem, um vídeo da suposta autópsia realizada no cadáver do ex-capitão da Polícia Militar do Rio de Janeiro Adriano Nóbrega, morto em Esplanada (BA) durante uma ação policial. Nóbrega era procurado pelo seu suposto envolvimento com a milícia carioca e pela suspeita de participação na morte da ex-vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ), em 2018.   RACHADINHA   A oposição também cita a investigação feita no gabinete de Flávio Bolsonaro por suspeita de funcionários fantasmas e da prática da "rachadinha" quando Flávio ainda era deputado estadual no Rio de Janeiro. De acordo com a representação, Flávio quebra o decoro "ao deixar de observar os deveres advindos dos princípios e valores social e constitucionalmente previstos" ao ser "séria e robustamente acusado da prática de ilícitos contra a administração pública".   A representação diz que os atos de Flávio aviltam a imagem do Senado e de todo o arranjo político institucional brasileiro. Ainda segundo o pedido, mesmo que os atos sejam anteriores ao atual mandato de Flávio no Senado, é possível a cassação. "Não importa, conforme vêm decidindo o STF e demais tribunais, o tempo da ocorrência do delito ético político para fins de verificação e punição pela quebra de decoro", diz o texto.   Estiveram presentes à reunião os presidentes do PSOL, Juliano Medeiros; do PT, deputada federal Gleisi Hoffman; e da Rede, Pedro Ivo de Souza Batista. Também participaram da reunião o senador Randolfe Rodrigues (Rede) e os deputados federais Glauber Braga (PSOL-RJ), Fernanda Melchionna (PSOL-RS), Sâmia Bomfim (PSOL-SP), Marcelo Freixo (PSOL-RJ), Edmilson Rodrigues (PSOL-PA) e Ivan Valente (PSOL-SP)