“Dinheiro no paletó” tem desdobramento com pedido de Silval para não depor em CPI que investiga Emanuel Pinheiro
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28/02/2020 - 11:57
Emanuel Pinheiro
REDAÇÃO
Já com problemas judiciais de sobra para administrar, o que menos o ex-governador Silval Barbosa pode querer saber, nessas alturas, é de se envolver no “fuzuê” criado em torno da CPI do Paletó, que tramita na Câmara de Vereadores de Cuiabá e se destina a apurar o envolvimento do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) em suposto crime de recebimento de propinas, caso ocorrido à época em que Pinheiro era deputado estadual e, juntamente com outros paramentares foi filmado recebendo maços de dinheiro em um gabinete no Palácio Paiaguas, coincidentemente quando Silval governava o Estado.
O curioso nesse imbróglio, além do fato que o vídeo viralizou nas redes sociais com a imagem de Emanuel embolsando pacotes de dinheiro, é que a CPI dos vereadores cuiabanos surgiu em decorrência de denúncia do ex-governador ao Ministério Público Federal e na qual delata o hoje prefeito da Capital e ex-deputado de ser um dos “mensaleiros” da Assembleia Legislativa que então achacavam Silval Barbosa a pretexto de garantir apoio político e parlamentar.
Emanuel, por sua vez, nega a acusação e diz que esteve na sala onde foi feita a dita filmagem, mas por outras razões: para cobrar do ex-governador uma dívida que o então “número 1” do Estado teria com um irmão do prefeito referente a serviços de pesquisas prestados a Silval.
Desdobramentos atuais
Resumindo: o ex-governador ingressou com um habeas corpus para não depor pela segunda vez na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Paletó, que investiga eventual quebra de decoro do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB).
Silval foi convocado pela comissão a depor na manhã de segunda-feira (2) na Câmara Municipal, mas no fim da tarde desta quinta-feira (27), a defesa do ex-governador ingressou com pedido de liminar na Sétima Vara Criminal de Cuiabá. A ação, assinada pelo advogado Valber Melo, deve ser analisada pelo juiz Jorge Luiz Tadeu Rodrigues.
A defesa alegou que Silval já foi ouvido em fevereiro de 2018 pela comissão, e ratificou todas as informações contidas em sua colaboração premiada acerca do assunto.
Os advogados de Silval afirmam também a falta razoabilidade de nova oitiva, sobretudo porque o objeto do ato já foi plenamente alcançado, não havendo motivo para uma exposição indevida do colaborador