CPI DO PALETÓ: Silval confirma que “fila indiana” da qual participava Emanuel Pinheiro era para extorquir governo

CPI DO PALETÓ: Silval confirma que “fila indiana” da qual participava Emanuel Pinheiro era para extorquir governo oaletó
Redação   Em depoimento à CPI do Paletó, que ocorre nesta segunda-feira (2) na Câmara de Vereadores de Cuiabá, para apurar denúncia de envolvimento do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) à época em que este era deputado estadual em crime de extorsão e recebimento de propina, o ex-governador Silval Barbosa reafirmou que a”fila indiana” composta por vários deputados – entre os quais se encontrava Pinheiro – filmados recebendo maços de dinheiro – era pagamento de valores referentes às extorsões que os parlamentares praticavam contra o Governo do Estado, mais precisamente, contra o governador.   A denuncia do ex governador consta em sua colaboração ao MPF e homologada pelo STF, e contrasta com a defesa de Emanuel Pinheiro que disse que ele estava na ocasião no Palácio Paiaguas, não para receber propina, mas sim para fazer a cobrança de uma suposta divida de Silval Barbosa referente a contratação de pesquisa junto a um irmão do parlamentar.   O depoimento do ex-governador Silval Barbosa na Câmara de Vereadores de Cuiabá, na CPI do Paletó, que ele pretendia fosse sigiloso, será aberto ao público e à Imprensa.   Nesse semtido, o desembargador Paulo da Cunha deferiu o pedido do vereador Marcelo Bussiki (PSB) para que a oitiva do ex-governador Silval Barbosa, na manhã desta segunda-feira (2), na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) seja aberta à imprensa. A decisão é de domingo (1º).   Na sexta-feira (28), a defesa do ex-governador havia conseguido habeas corpus preventivo para que a imagem dele fosse preservada durante o depoimento e que a CPI fosse realizada a "portas fechadas", para não causar constrangimento.   Em sua decisão, o desembargador alegou que "somente seria admissível o habeas corpus preventivo se o ato convocatório da Comissão Parlamentar de Inquérito, ainda que indiretamente, afetasse o direito de locomoção ao ex-governador".   Paulo da Cunha entende que Silval não seria apenas uma testemunha, e sim "um colaborador premiado e, portanto, está na condição de investigado, seja como coautor ou partícipe dos crimes em apuração na Comissão Parlamentar de Inquérito, embora sua responsabilidade penal já esteja delimitada no âmbito do negócio jurídico celebrado com o Ministério Público".  Consta ainda na decisão que se deferida a "liminar sem que exista qualquer ameaça", a manifestação é "ilegal".   Delator premiado nos casos de corrupção quando ainda era governador Silval Barbosa é obrigado a comparecer a qualquer ato convocatório, além de não poder ficar em silêncio durante os depoimentos.    A CPI da Câmara investiga o pagamento de propina a deputados estaduais para a execução de obras. Entre os denunciados por Silval estão o prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), que na época era parlamentar. O ex-governador já foi ouvido pela CPI em fevereiro de 2018, no entanto, a CPI convocou um novo depoimento após entraves jurídicos na realização da Comissão.